sábado, 16 de agosto de 2008

Essa gente bronzeada e o chororô olímpico


by Ruth de Aquino
A cada medalha perdida, a cada último lugar numa final, a cada travessia suada para uma semifinal, nós somos convidados a chorar de orgulho verde-amarelo, enrolados na bandeira, pelo esforço de atletas excepcionais. É a maior delegação brasileira, 277 atletas, uma população de quase 200 milhões e, até o fechamento desta edição, sexta-feira à tarde, tínhamos quatro medalhas de bronze. Que me desculpem, mas não consigo me emocionar com o desempenho do Brasil nas Olimpíadas. Está longe de nosso potencial humano.

Acorda, Brasil, antes de 2016! O incentivo precisa ser consistente e planejado para nossos atletas não chorarem de decepção. Eles são movidos a teimosia e paixão. Carentes de uma política esportiva séria. Dinheiro já existe. O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) recebe R$ 50 milhões por ano. Em Sydney (2000), últimas Olimpíadas em que o COB mendigava verbas do governo, ganhamos 12 medalhas: seis de prata e seis de bronze. Em Atenas (2004), foram dez medalhas: quatro de ouro, três de prata e três de bronze. Para onde vai esse dinheiro do COB? Quanto é sugado por despesas administrativas?

“Ainda é cedo para um balanço, porque o Brasil é forte em esportes coletivos, que só rendem medalha no final; e aí a percepção de fracasso muda inteiramente para sucesso”, diz o editor-executivo André Fontenelle, nosso especialista enviado à China. “Mesmo assim, na melhor das hipóteses, ganharemos um total de 18 medalhas, e sempre nos mesmos esportes e com as mesmas figuras. Uma evolução pífia”. Para seu tamanho e dinheiro disponível, o Brasil deveria ganhar umas 30, como a Grã-Bretanha, décima colocada em Atenas.

O brasileiro é bom de briga. Dá para ver pelo judô. A primeira mulher a conquistar medalha em esporte individual para o Brasil foi a judoca Ketleyn Quadros, de 20 anos. Nasceu em Ceilândia, cidade-satélite de Brasília. A mãe a matriculou na natação, mas ela fugia para ver o judô. Aos 10 anos, numa redação escolar, escreveu que ganharia uma medalha. Hoje, em Belo Horizonte, Ketleyn recebe salário do Minas Tênis Clube. Para financiar sua viagem a Pequim, precisou que amigos em Ceilândia fizessem uma vaquinha. Vaquinha para uma campeã?

O desempenho do Brasil nas Olimpíadas está longe de nosso potencial humano. Na categoria de choro derramado, o Brasil já é ouro

A mídia dá cambalhotas para minimizar o constrangimento de anunciar repetidas derrotas para telespectadores insones. Ninguém agüenta mais acordar cedo para ver o Brasil perder. Na falta de medalhas, a mídia entrevista famílias com voz embargada. E vamos todos à maternidade, onde está o filho recém-nascido do Marcelinho do vôlei. Close nos olhos vermelhos de todos. A musa Ana Paula também chora com saudade do filho. E o brasileiro chora junto, porque é sentimental e adora uma novela. Na categoria de choro derramado, o Brasil já é ouro.

Quando uma americana ganha prata, ela se irrita. Quando as ginastas brasileiras ficam em oitavo e último lugar numa final, pulam de orgulho por ter sido a primeira vez. Em patriotismo de resultado, ninguém bate os chineses e os americanos. Para eles, o que interessa é o pódio. Por trás, contam com uma extraordinária estrutura oficial, não só verba. Quando o Brasil conquista medalhas, elas vêm de talentos isolados que vencem adversidades. Ou de um esporte coletivo como o vôlei, mais bem-sucedido por ter apoio de empresas.

Vão dizer que o Brasil tem outras prioridades, como saúde e educação fundamental. Mas, se vamos investir uma fortuna para tentar trazer os Jogos para o Rio de Janeiro em 2016, precisamos evoluir no quadro de medalhas. Por que acabou a obrigatoriedade de Educação Física nas escolas? País anfitrião não pode dar vexame. Não pode deixar a vitória escorrer entre as mãos e os pés.

Olimpíadas não são uma questão de sorte, embora Jade tenha dito que a ginástica é “uma caixinha de surpresas”. Olimpíadas exigem preparo, preparo, preparo. Planejamento, persistência, trabalho a longo prazo. Dinheiro chegando ao destino certo. Atletas não precisam ser heróis nem fenômenos Phelps. Bronze é bom, mas essa nossa gente bronzeada também almeja ser prata e ouro. E aí, ninguém mais segura o choro do Brasil.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Um "algo" despretensioso

Pra começar, eu queria escrever um texto que pudesse dar uma injeção de ânimo neste blog. E queria poder também adivinhar os pensamentos das pessoas, para saber qual o assunto mais conveniente a ser escrito aqui. Eu queria que aqueles que um dia, num tempo não muito distante de suas vidas, idealizaram este blog (sabe-se Deus com quais intenções), não virassem a cara simplesmente e fingissem que ele não existe mais. E eu queria poder neste momento deitar no colo de alguém que eu amo e comer torta de chocolate com brigadeiro...

Mas, como nem sempre podemos ter aquilo que mais queremos e como, apesar da idéia de contribuir com um texto para esse blog eu descobrir que ainda não me sinto confortável para expor minhas dúvidas, dramas e alegrias para pessoas pelas quais eu confesso na maioria das vezes não sentir muita intimidade, resolvi postar um texto simpático e não de minha autoria, mas que revele um pouco do que eu quero dizer.
Prometo que num momento de coragem e inspiração eu escrevo algo mais pessoal e por isso mesmo mais sincero.

beijos de gato na bochecha de todos ;P

Deus e o Diabo

Tem dias em que fico completamente apaixonada pela minha profissão, pelo ato de escrever e por cada minúcia dessa função tão inteligente, social, bonita e gratificante. Tem dias em que eu tenho vontade de jogar todos os papéis pela vidraça e me candidatar a ser caixa de supermercado, emprego bem mais decente e que faz muito mais sentido.

Num momento, eu quero abraçar bastante algumas pessoas – quiçá até fazer-lhes um cafuné no cabelo e estalar um beijo na testa. Para, no momento seguinte, elas dizerem ou fazerem alguma coisa e me deixarem com vontade de picá-las bem miudinho e guardá-las no freezer, atrás das coxas de frango.

Tem horas em que minha casa parece um castelo, um paraíso, uma Shangri-la doce e acolhedora que me faz feliz apenas com seus tacos de madeira semi-brilhantes e as paredes de tijolos cinqüentenários. Tem horas em que eu só vejo o teto do banheiro descascando, as marcas de sapato no chão, a janela emperrada e a maldita pia onde mal cabe um prato e duas xícaras. Daí eu fico em dúvida se fotografo a casa e mando para uma revista ou se ateio fogo nela.

Num minuto quero cabelos curtos, simples, baratos, frescos. No outro minuto eu gosto da juba enorme, que cai pelos ombros e promove penteados lindos e aquelas emocionantes jogadas de franja.

Sei que adoro milho verde na espiga ou refogado. E sei que detesto milho verde em forma de sorvete ou (nojo!) pamonha.

Assisto um pouco do “Programa Amaury Jr.” revezando com “Reescrevendo a História”, passando para “Os Reis de Dogtown” nos intervalos e espiando o jogo de futebol americano sempre que possível.

Eu sei dizer elogios e gosto de falar bonito sobre aquilo que sinto e penso. E sei xingar como um marinheiro do cais do porto também.

Planejo sair para um passeio disposta a encontrar diversão – e fico sorridentíssima com o bom almoço, o cafezinho, o bate-papo, a revista que comprei. Em dois segundos, passo a bufar de raiva com o trânsito de volta, o calor da rua, o cansaço nos pés, a ignorância humana.

É do céu ao inferno em questão de uma piscada. Pode ser TPM, bipolaridade, mau gênio, falta de vitaminas, muito mimo. Sei lá. Só sei que faz todo o sentido pensar que Deus e o Diabo só existem, com toda certeza, dentro da gente.

Fla Wonka


http://garotasquedizemni.ig.com.br/archives/002297.php#more

p.s.:como eu disse, nem tudo que está aí são coisas com as quais eu identifico...mas eu imagino o quanto seriam engraçadas e estranhas se acontecessem...

terça-feira, 29 de julho de 2008

O fim do impresso entre runas e cartas de tarot

O fim do jornal impresso está para um ledo engano assim como o “Fim do Mundo” para Nostradamus. No entanto, um pouco diferente de Nostradamus que previu uma data para o “fim dos tempos”, os profetas da comunicação apenas se limitaram a dizer que o fim do impresso está próximo. É incrível como em pleno século XXI profissionais da comunicação ainda se deixam levar por esse movimento “messiânico”!
Mas deixando os discos voadores e as bolas de cristal de lado, vamos nos deter nas informações tangíveis à realidade concreta e nenhum pouco metafísica!
Nossos videntes afirmam que o número de leitores diminuiu nos últimos tempos. Provavelmente eles tenham esquecido do baixo índice de alfabetização que o Brasil apresenta. Salvador, capital da Bahia, possui 3 milhões de habitantes. Entretanto, o jornal de maior circulação não vende mais que 50 mil exemplares. Seria problema exclusivamente do jornal? O jornal impresso não interessa mais aos leitores? Não, não é nada disso. Salvador, assim como outras capitais brasileiras apresenta altos índices de concentração de renda, miséria e desemprego.
Isso fica evidente quando se procura dados referentes àqueles que têm acesso (e condições financeiras) de comprar jornal. A FSB Comunicações realizou uma pesquisa com deputados federais. Nessa pesquisa constatou-se que mais de 96% dos deputados lêem os jornais diariamente. Outro dado interessante: em uma pesquisa realizada com a população brasileira com maior renda familiar comprovou-se 87% deles recorrem aos jornais impressos.
Ainda assim, os sensitivos da comunicação insistem em dizer que o impresso perderá espaço para internet, podendo ser trocado pela versão online. Será que eles, que se sentem capazes de prever o futuro, teriam esquecido o passado? Desde de seu surgimento, o jornal teve que conviver com a ameaça de outras mídias que nasceram durante sua trajetória. Como o rádio e a televisão. Ele poderia ter sido substituído, mas criou seus mecanismos e buscou seu diferencial. Enfim, sobreviveu a concorrência das outras mídias. Um exemplo desse diferencial está no surgimento do jornalismo interpretativo. Com o rádio e a tevê, o jornal perde o status daquele que dá a notícia em “primeira mão”. As edições “extras” perdem sua funcionalidade. Assim, o jornal impresso busca aquilo que o rádio e a televisão não tem: a possibilidade de analisar e aprofundar os principais assuntos do dia. Ele também recebeu influências dessa mídia. O jornal deixou de ser tão pesado, seu projeto gráfico ficou mais arejado e os textos passaram a ceder espaço às imagens.
Ainda, pode-se afirmar que a internet só vem para acrescentar algo mais à versão impressa. De acordo com estudos realizados pelo “O Estado da Mídia” 80% dos entrevistados vêem a internet como um complemento bem-vindo ao papel. Outro exemplo de que é possível a coexistência do jornal online e a versão em papel é o L.A Times que segue o lema “Dê o furo na internet, faça análise no papel”. A união internet e papel também abre espaço para o leitor. Ele poderá opinar e até mesmo produzir conteúdo noticioso, lógico que nesse caso esse conteúdo será previamente editado por um jornalista. Isso demonstra que ao contrário do que dizem a tendência dos antigos meios de comunicação não é desaparecer e dar lugar àqueles que surgem. Mas sim, de convergirem. Fica claro que aqueles que prevêem o fim do jornal impresso podem ser profetas, mas jamais visionários.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Plágio!

Pra vocês verem que eu sou mesmo um talento incompreendido.
Pra vocês verem como me julgam mesmo muito dura e injustamente.
Fui caluniada, condenada, injustiçada, amaldiçoada, torturada psicologica e moralmente pela receita que outrora postei neste reduto... e eis que, ao abrir meu e-mail hoje, qual não é a surpresa...

http://www.bonde.com.br/bonde.php?id_bonde=1-33-1-23-20080707

Esse pessoal do Bonde vem aqui, rouba as minhas idéias, e sai de bonitinho ainda... só faltou usar a minha foto também!

Vou entrar na Justiça e exigir os direitos pela minha idéia... minha idéia de copiar receita dos outros sites, mas eu que comecei, ué! :x


Daqui uns dias alguém faz uma crônica sobre morar sozinho, outro faz um modelo de trabalhos do osmani, outro um poema à diagramação...
E eu aconselho vocês a se esforçarem pelo blog, agora que viramos sugestão de pauta! :)



Ah... boas férias pra vocês, cambada!
E vida longa aos incansáveis baluartes da moral e bons costumes que ainda lutam pela sobrevida do nosso blog! E pelo fim da, desculpem a palavra, sem-vergonhice da internet. Sempre em frente!

E até breve.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Go back home now!

Estava pensando aqui comigo mesma: em menos de 24 horas estarei no conforto de minha casinha querida, com gente que posso dizer amar desesperadamente e numa vida de conforto com a qual tenho sonhado há vários dias. Após freqüentes madrugadas acordada, paranóias com diagramação (e depois ainda perguntam porque eu fico meio neurótica...) , fazer hora extra diária na frente do computador e enfrentar doenças capazes de me derrubar na cama e detonar meu humor, posso dizer que nunca estive tão feliz em voltar pra casa.
Algumas de minhas metas para essas três semanas de férias já estão muito bem definidas. Tipo me entupir de todo tipo de comida deliciosa (daquelas que só a mãe da gente sabe fazer) e às quais a gente praticamente nunca tem acesso quando vive sozinha(o). Ou então fazer todos aqueles programas bacanas de se fazer com os amigos, como ir a qualquer lugar (qualquer lugar sempre fica perfeito com seus melhores amigos) e fazer o que der na telha. Ou simplesmente passar a tarde ao lado de uma pessoa que te ame profundamente, e ao lado dela você se sentir o ser mais importante do mundo.
Às vezes eu queria não ter que ser tão responsável o tempo todo pra poder abandonar tudo e curtir melhor esses momentos. Mas me conformo com o ritmo do tempo, que me oferece muitas coisas boas (e me priva de dezenas de outras) e tento valorizar acima de tudo coisas que, podem apostar, há uns dois anos atrás eu muitas vezes não dava a mínima importância.
Desejo a todos que aproveitem cada milésimo de segundo das três semaninhas de férias.:)
E em breve a gente se vê de novo.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Sobre a odisséia de morar sozinha (o)...

Sobre isso a gente tem muito a falar...

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Estou com um único par de meias seco: esse que está no meu pé. Não estranhem se amanhã eu aparecer com uma meia listrada de dedinhos na aula. Depois que saí de casa, as meias pararam de repente de aparecer limpinhas em cima da cama. E com o tanque de lavar roupas de um tamanho que não serve nem prum hobbit, acabei descobrindo COMO brincar com água faz bagunça, viu.

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Semana passada tava doente. Doença deixa a gente mole, triste, deprimido... e a casa vai junto! Não tem casa de quem mora sozinho que não espelhe o humor do dono, nesses dias: a minha fica com o blecaute fechado, a luz acesa nunca é a do cômodo em que me encontro, a cama não é arrumada o dia inteiro, lencinhos de papel permeiam a paisagem desolada de roupas de diiiias espalhadas pela casa. E você sempre pode escutar alguém resmungando e reclamando. Afinal, não tem mãe pra dar carinho e deixar as coisas limpas, não tem ninguém pra fazer sopinha ou buscar mais uma coberta. E não tem nada mais triste do que estar doente e com frio e ter que levantar pra buscar mais uma coberta...

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Segundo ano da faculdade de jornalismo na UEL acaba com o bom humor de qualquer ser humano. Tem que marcar pauta de rádio, ir atrás da sua reportagem, ficar em cima dos repórteres, diagramar quatro exercícios por semana, fazer o berliner, tem texto do Osmani pra segunda, tem que fazer a bendita resenha do seminário da Edna... ufa! Mas pra quem mora sozinho, esse é só o começo. Tem louça de dias pra lavar, tem que dar uma varrida em casa (no mínimo), tem que arrumar a cama, droga! esqueci de pagar a internet!, tem que lembrar de esfregar as meias que estão de molho (e isso só acontece naquele fatídico dia em que você abre a gaveta e encontra ali um único par), tem que pegar as roupas na lavanderia, ih, tem inglês hoje!, preciso limpar esse tênis, sem falta, ah droga, só ele combina com essa roupa, vai sujo mesmo, tem que trocar o lixo do banheiro (meu Deus, ele não se trocava sozinho??), nossa, esse microondas ta precisando de uma limpezinha... toma um fôlego, tem que ir na mercearia pedir água que a sua ta acabando, tem que comer logo essa banana senão vai estragar, mas eu tava com uma vontade de comer trakinas agora... e aí a banana estraga e tem que jogar fora, o lixo da cozinha agora tem três itens no total e já está fedido... dá-lhe trocar lixo de novo, pela segunda ou terceira vez na semana, tem que pôr as blusinhas brancas de molho, como esse guarda-roupa bagunça sozinho, meu Deus, ai, não tenho roupa nenhuma pra ir fazer essa entrevista, bendita hora pra descarga começar a vazar!, oba, queimou a lâmpada!!!, passar um paninho na mesa antes de pôr o pc nela, hm podia escrever um texto pro usinografia sobre isso, tem que imprimir mais croquis, aproveito e tiro cópia do texto do osmani pra semana que vem, ih droga, já tinha croquis o suficiente... meu Deus, como essa casa já está suja de novo!
Depois as pessoas reclamam que eu me entupa de café.

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E só pra vocês não pensarem que eu só reclamo... hoje teve feijão. Fiz, em casa, feijão preto com lingüiça. Estava tão bom que eu comi purinho, uma concha inteira. RU todo dia não é tão ruim assim (você também não acharia, se tivesse que fazer o almoço e lavar toda a louça depois), mas tem hora que o feijão.... hmmmmmm.


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Tenham uma boa vida, turma :*

sexta-feira, 13 de junho de 2008

RIO Dois mil e nunca

Oscar I. Fujiwara

Quem acompanha as Olimpíadas sabe da grandeza e importância do evento. Mais ainda, sabe que sua organização exige muita seriedade e compromisso, é assunto de gente grande. Desde a cerimônia de abertura até os últimos instantes da festa de encerramento, tudo é planejado com a maior minúcia possível e o resultado são Jogos cada vez mais memoráveis.

Nesse panorama o Rio de Janeiro parece fazer uma piada juvenil e de extremo mau gosto com praticantes e admiradores do esporte. A capital fluminense concorre, juntamente com Chicago, Madri e Tóquio, ao posto de cidade sede de 2016. A escolha como uma das quatro finalistas é inédita tal qual o otimismo infantil que parece ter contagiado nossas autoridades, que fingem a ingenuidade como forma de não transparecer a burrice.

É difícil que os brasileiros ainda não tenham percebido que nosso país está muito, mas muito distante de receber uma Olimpíada. Os mais otimistas podem dizer que a realização do Pan 2007 e da infra estrutura deixada pelo mesmo foram um grande passo nessa trajetória. Balela, tudo ocorreu em desconformidade com o planejado. Instalações foram entregues em cima da hora, gastos extrapolaram as previsões, e ao longo da competição um fato ridículo ressaltou toda essa incompetência organizacional, o torneio de softbol sequer foi concluído, devido às péssimas condições nas quais se encontrava o estádio. A vila panamericana, local no qual se hospedam os atletas, hoje mais parece uma cidade fantasma, uma vez que muitos apartamentos sequer foram entregues aos seus compradores, vale lembrar também falta de infra-estrutura nos arredores do local, que se encontra, mais ou menos, no "meio do nada".

Podem dizer que um ponto forte da cidade maravilhosa é seu povo, acolhedor e caloroso. Podem citar suas belezas naturais e o Cristo Redentor, uma das novas 7 maravilhas do mundo (????). Mas será que vão mostrar ao mundo vídeos de turistas sendo agredidos, roubados e até mesmo assassinados nas ruas e praias em plena luz do dia? Será que ressaltarão o mar de cambistas, que consome a maioria dos ingressos disponíveis? Ou será que optarão pela falta de educação de nossa torcida (quem se lembra, no Panamericano, dos brasileiros vaiando as apresentações da ginástica artística quando essas não eram realizadas por Daianes ou Diegos?), afinal esse que é o verdadeiro espírito olímpico não é mesmo??

Mas o que comove realmente é a postura de nossos políticos. Orlando Silva (Ministro dos Esportes), César Maia e Sérgio Cabral tiveram o "trabalho" de se deslocar até Atenas para comparecer à cerimônia que anunciaria as cidades finalistas. É o dinheiro público sendo muito bem utilizado, afinal o que o povo realmente precisa é de uma Olimpíada, não de educação e comida no prato.

A Copa do Mundo 2014 já foi um tremendo presente, a realização do torneio tem um potencial elevado. Potencial para superfaturamento de obras, má organização e torcida insatisfeita com serviços. Pleitear RIO 2016, já é muita ganância, a verba gasta com a campanha pelos Jogos é sem dúvida alguma dinheiro jogado fora. A possibilidade da escolha do Rio de Janeiro é remota, mas caso isso aconteça é mais provável que vejamos, na cerimônia de encerramento, um helicóptero da polícia descendo em pleno meio de campo do Maracanã em busca de traficantes foragidos, ao invés de uma cena como a do ursinho Misha se despedindo do Estádio Luzhniki, em Moscou 1980.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Quero minha ksa

aiai...eu quero minha ksa....aquela q abriga minha família....aquela q tem um clima de lar....aquela q espera sempre a minha volta....aquela que tem sempre um churrasco ou td aquilo q eu mais gosto d comer me esperando....aquela q faz eu derrubar umas lágrimas...assim do nada....só pela falta q ela faz.....aquela q tem o colo de mãe.....o carinho d pai.....a alegria do cachorro ao te ver.....aquela q o namorado vai correndo pra t encontrar...aquela q é ponto de encontro dos seus amigos.....aquela q vc sempre volta dps d uma festa....de uma viagem...ou d um simples passeio....
A grande arte de viver longe...ensina a lidar com a falta q sua outra vida faz.....ensina a lidar com a distância.....com a ausência.....com a carência....enfim com a saudade......quem q mora longe de ksa nunca parou no meiu do nosso excesso de exercícios e implorou pra ir pra ksa?!....pois é....eu qru ir pra ksa....cansei de brincar de estudar.....de ser jornalista...de ser diagramadora.....só qru minha ksa.....com comida de mãe....amor de mãe.....abraço de pai....e beijo de namorado.....qru fugir da minha rotina da ausência e qru a presença......daqueles q me fazem falta...exatamente pela distância........qru minha ksa...

só eu sinto isso?! (by luiza)

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Drops!

Enquanto esperamos o texto do Auber sobre a cirurgia de troca de sexo (alguém arrisca outro palpite?), vocês podem continuar lendo as minhas porcarias. E tanto pior pra vocês que só tenha isso pra ler, a culpa é toda de vocês, mesmo!




Sou só eu??

~Só eu que queria que o café não viesse dosado por "força"? Bem, todos os cafés poderiam ter aquele sabor forte de que tanto gostamos, mas ao invés de serem divididos em Tradicional, Forte e Extra Forte, eles deveriam categorizar o efeito por tempo. Assim, você poderia escolher entre o café "efeito de meia hora", "efeito de uma hora", "efeito a-tarde-inteira" e "efeito virando a noite". E tudo isso com o mesmo gosto e pouco açúcar!!

~Sou só eu que preciso instalar um quadro branco dentro do box do banheiro? Porque eu sempre tenho idéias que vão mudar o mundo cada vez que tomo banho, mas elas ficam na toalha com que eu me seco, e depois o sol seca a toalha e lá se foram os planos revolucionários e as frases de efeito...

~Sou só eu que tenho 20m² de casa e ainda assim ocupo só a metade? Quem já veio em casa vai entender. Pra "cá" do balcão tem tudo o que há de útil e funcional: o sofá, o computador, o aparelho de som, as gavetas com tudo o que eu preciso (de lista telefônica e dicionário aos textos e cadernos do ano passado) e a cozinha inteira: mesa, geladeira, fogão e toda a comida. Do lado de "lá" tem a colcha a cortina e o tapete combinando (lindos, que eu amo!! ^^), mas, convenhamos, isso não é muito proveitoso, né? E, fora isso, tem uma TV que não pega nem a Globo direito e uma cama que parece imensa e árida comparada com o sofá que me acomoda direitinho (as cãibras e toda sorte de dores musculares são conseqüências quase ínfimas). Meu próximo apartamento vai ser um sótão, e eu ainda vou dar um jeito de me encolher nele.

~Só eu que curto arrumar a casa e lavar louça quando tem diagramação pra fazer? Por favor, digam que não sou só eu que tenho mil idéias de coisas mais divertidas e úteis para serem realizadas quando chega aquela fatídica hora de abrir o InDesign e colocar o fio-data.

~Só eu que queria morar numa biblioteca? Que dava tudo pra sentar no chão e ficar escolhendo entre os livros da estante, e depois poder levar pra casa quantos quisesse? Não sei se o meu lugar preferido da UEL é só meu, e se não for não me contem, porque essas coisas eu não gosto de dividir. Mas ainda tiro uma tarde pra ficar lendo naqueles banquinhos do lado (não atrás) da capelinha. Deve ser inspirador.

~Voltando ao café, provavelmente não é só comigo. Você pode ter tomado um copinho da tia Alair no intervalo. Não adiantou porcaria nenhuma na hora (mas talvez a culpa seja do Tavares, e não do café da tia). Quando chega a noite e você deita na sua caminha cheirosa e quentinha, pronto! O coração começa a acelerar na garganta. Surgem na sua mente todos os problemas em que você tentou não pensar o dia inteiro, as vergonhas que você passou, a frase que você poderia ter dito naquela hora, mas não pensou nela rápido o suficiente (que vontade de pôr a pessoa ali na frente pra ela ouvir tudo o que merece, mas não seria muito digno que você estivesse com o pijama de zebrinhas nessa hora). Depois dos problemas reais, começam a surgir os imaginários, os aumentados, os totalmente inventados. Você começa a montar em sua cabeça cenas de rompimentos dolorosos, de discussões excruciantes e brigas irreconciliáveis. Agora, até aquela pessoa que minutos atrás você queria espancar parece razoável para você pedir ajuda. Mas aí você pensa no quanto está brava e essa pessoa entra na cena imaginária pra estragar tudo de vez. Você pensa que precisa relaxar e dormir, e faz uma anotação mental pra maneirar no café.

Mas o sono demorou pra vir, e no dia seguinte você precisa de um mínimo de disposição pra encarar os croquis, então dá-lhe café de novo.

~Me digam que não sou só eu.

domingo, 8 de junho de 2008

Receita de bolo

Bom, você leitor desavisado pode achar que esse é apenas um sinal de decadência do nosso blog. É, talvez seja, mas ninguém falou que os assuntos aqui levantados deveriam se relacionar puramente ao jornalismo, não é mesmo? E essa não é uma receita de bolo qualquer. Lógico, pra você londrinense que não saiu da casa dos pais e ainda pode ter acesso irrestrito aos melhores bolos do mundo, essa receita é dispensável, esquecível. A bem da verdade, ela é xexelenta. Mas vai bem a calhar pra quem mora sozinho (ah, essa odisséia!) e não faz bolos e outros quitutes porque estragam. Mais especificamente, pra quem mora no Flat, Parque Universitário e afins, e que não contam com um local decente pra comprar aqueeeeele doce de domingo à tarde, sabe?
Então, aí vai a receitinha!


Ingredientes:
- 1 ovo
- 4 colheres (sopa) de leite
- 3 colheres (sopa) de óleo
- 2 colheres (sopa) rasas de chocolate em pó
- 4 colheres (sopa) rasas de açúcar
- 4 colheres (sopa) rasas de farinha de trigo
- 1 colher (café) rasa de fermento em pó

Modo de Preparo:
- Coloque o ovo na caneca e bata bem com garfo.
- Acrescente o óleo, o açúcar, o leite, o chocolate e bata mais.
- Acrescente a farinha e o fermento e mexa delicadamente até encorpar.
- Leve por 3 minutos no microondas na potência máxima.


Ee, uma foto da minha experiência pessoal, realizada semana passada:





Uma anotação: ele fica beeeem fofinho! Daquele tipo de fofinho que balança de um lado pro outro. Exige uma certa habilidade pra comer.
Uma dica: coma enquanto ele ainda está quentinho. Ou então jogue uma daquelas coberturas molhadas que "penetram" na massa. Porque ele purinho, quando chega na metade da caneca já endureceu.

Mas ah, gente, quebra um galho, viu!



E, a título de descontração nesse post, sugiro que entrem no site dos Correios na busca de CEP (esse link aqui) e procurem pelo número 08383-015.


Crédito da receita e do link-sacanagem: www.acidezmental.com



P.S.: prometo que não é pra sempre que vou ficar roubando idéias de sítios alheios para enriquecer meus posts aqui no nosso espaço. É que esses valiam a pena, ué. E só pus a receita depois de testar, não enganei ninguém.

Bom final de domingo!

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Brevíssimo comentário sobre as “verdades” da Imprensa

O pensador: este é agora o ser em que o impulso à verdade e aqueles erros conservadores da vida combatem seu primeiro combate, depois que o impulso à verdade se demonstrou como uma potência conservadora da vida

Friedrich Nietzsche

Entrei na faculdade com a certeza de que o jornalismo seria uma forma ágil e simples de alcançar a verdade e de poder levá-la aos outros. Nem preciso comentar o quão ingênuo fui. Ora, se filósofos, cientistas e religiosos também tentaram, cada um ao seu modo, e nenhum deles de fato instituiu algo como definitivamente verdadeiro, quem seria eu para realizar tal utópica façanha? “Deveras”, é concebível que a construção do conhecimento hoje se faça com o uso da destruição. Surge uma teoria, e logo teremos uma crítica para ela. Surge uma nova lei e nós, meros mortais, podemos perceber suas brechas e falhas, suas contradições. “Que seja eterno enquanto dure”. Não mais existem residências tão antigas ao ponto de não terem sido destruídas para outras, mais modernas, se edificarem em seus lugares. Não mais existem verdades que não foram ou ainda serão assassinadas.

“Só sei que nada sei”. A verdade que por enquanto temos é saber que ela ainda não foi alcançada pelas nossas limitadas mentes. Paradoxal? Mas não se desanime, pois, apesar de não possuirmos a verdade, temos alguns indicativos dela: as exatidões. As exatidões são as pecinhas (infinitas) do quebra-cabeça enigmático da vida. É exato que a Seleção Brasileira de Futebol é pentacampeã mundial, mas isso não é necessariamente verdade. A verdade é o conjunto de todos os elementos exatos que levaram o Brasil a conquistar este título. Duvido que alguém neste mundo os conheça.

Voltando ao jornalismo. “O grande problema do jornalista consiste em confundir exato e verdade”, já dizia Juremir Machado. As páginas dos jornais e das revistas estão repletas de exatidões, de possibilidades, de prováveis coisas; isso sem falar de mentiras descaradas e especulações paranóicas. Em resumo, uma reportagem consiste em um mosaico de pontos de vista (do pauteiro, do repórter, dos entrevistados e do editor), permeados por dados exatos, expressos em números ou em fatos passíveis ao relato. O olhar crítico sobre o jornalismo reside na capacidade do leitor descartar a conquista da verdade para, conseqüentemente, analisar os elementos exatos do texto da notícia, geralmente poucos.

A manipulação da imprensa não é forjada mais na mentira e na censura, mas sim nas flexíveis exatidões, nas “corrompíveis” certezas, no invólucro da verdade. A Veja não mente, ela usa dados exatos, discursos polifônicos, interpretações especializadas, sem jamais sair da superfície, sem jamais escavar em direção às profundezas, onde está a verdade. Assim também faz as Folhas, as Gazetas, os Estados, blá blá. A verdade é somente representada por quem dela equivocadamente se apodera. Novamente citando Machado, “o exato é um elemento possível entre outros. Mas não é tudo. É parte, escolhida de um todo. Está correto. Mas não completo. O verossímil sepulta o verdadeiro”. Enfim, a verdade é conhecer o contexto e todas suas mais variáveis nuanças; o exato é saber parte do contexto, e algumas de suas nuanças.

Depois disso tudo, é óbvio que “nada disso tudo” é verdade. Perdeu seu tempo, amigo(a) leitor(a). “Ou não”...


Luis Palma

domingo, 1 de junho de 2008

Bruno Santos dá show em Teahupoo

Desculpa aí pela ausência, se é q ela é sentida por alguém. Por que algumas pessoas insistem em dizer que vão colocar seus textos aqui? Na boa, coloca qlqr bagaça própria, ou pelo menos tenta mesclar c/ o conteúdo pego da Internet. Ninguém vai te agredir (pelo menos fisicamente) se o seu texto for um lixo. Mas blz, vou fazer um texto aqui no "freestyle" sobre um fato ocorrido faz um tempo já, umas duas, três semanas atrás. Com certeza ele não agradará ninguém, mas o acontecimento merece ser lembrado. Aí vai.

Entre os dias 13 e 15 de maio rolou no Tahiti, a etapa mais casca grossa do Campeonato Mundial de Surfe, o WCT (World Championship Tour). Teahupoo (significa "crânio quebrado" na língua local), ao lado de Pipeline é a onda tubular mais cobiçada no planeta e impressiona por sua potência e tamanho quando entra um bom swell. O fundo de coral faz aumentar a adrenalina e qualquer deslize pode causar a "vaca da sua vida", somada a profundos cortes.

O Brasil não vencia uma etapa do CT desde 2002, quando Neco Padaratz faturou Hossegor, fazendo com que a expectativa por mais um caneco aumentasse a cada competição. A última vez que um brazuca havia chegado a uma final foi em 2005, quando Victor Ribas foi derrotado pelo goofy footer Damien Hobgood, no Nova Schin Festival (SC) em uma decisão duvidosa.

A tempos sem um exímio tube rider, como Danilo Costa e Guilherme Herdy, entre os top 44, o Brasil iniciava sua passagem pela ilha sem grandes pretensões. Adriano Mineirinho vinha de bons resultados na Gold Coast e em Bells, e Heitor Alves e Leo Neves mostravam um surfe competitivo e de atitude, porém a possibilidade do título parecia muito distante.

Convidado para participar das triagens, que dariam a vaga na chave principal ao campeão e vice, Bruno Santos chegou como um dos favoritos. Exímio entubador de Pipe, o carioca já havia tido excelentes atuações em trials prévios. A competição foi simplesmente insana. Com ondas de 8 a 10 pés, os competidores deram aulas de surfe para os amantes do esporte. Santos quebrou tudo, fazendo a mala de locais, havaianos, australianos e americanos para chegar à final. Foi derrotado por Jamie O'Brien (campeão de Pipe como convidado), mas o lugar no campeonato principal já estava garantido.

Logo em sua primeira bateria foi superado pelo vice-campeão mundial, Taj Burrow. Na repescagem, mais um osso duro, o campeão mundial, Mick Fanning. Santos não afinou e mandou o australiano para casa. Na terceira rodado deu o troco em Burrow e na quarta destrui Tim Reyes. Nas quartas deu de cara com um Mineirinho inspirado, mas conseguiu levar a melhor na disputa caseira. Nas semis teve pela frente CJ Hobgood, irmão gêmeo do nosso último "algoz" e esse foi mais um que fez a mala. O adversário na finalíssima foi Manoa Drollet, local e grande conhecedor de Teahupoo. Apesar das ondas pequenas, o brasileiro conseguiu boas pontuações para aquelas condições de mar e levou o caneco. O jejum está quebrado, agora o esquema é os brasileiros pegarem o embalo para que venham mais troféus. Ainda restam 8 etapas e a expectativa é a melhor dos últimos anos.

Nesse link tem bons vídeos do campeonato, p/ vcs sentirem o drama do negócio: http://www.billabongpro.com/tahiti08/videos.php

sábado, 31 de maio de 2008

No caldeirããooooo

Sábado chuvoso, sem futebol, fui assistir ao “Caldeirão do Huck”. Peguei logo a final do quadro “Soletrando”, que reúne vencedores regionais em disputas de soletração. São crianças, na faixa dos treze aos quinze anos, que primeiro se destacaram em suas escolas, depois em seus estados e agora se enfrentam, três a três, nos sábados globais.

Graças à atração global, esse tipo de atividade vem se tornando cada vez mais usual em escolas e até mesmo ocupado horas de recreação familiar. Quem assiste aos filmes americanos que passam (repassam e são passados novamente) nas infindáveis “Sessões da tarde” já sabe que a prática é bastante comum nos Estados Unidos. Há décadas que existem grandes concursos de soletração no país, com centenas de milhares de participantes, submetidos a uma competição quase que nos moldes da tupiniquim: regionalizações e uma grande final.

Para ser sincero, eu gosto desse “espetáculo”. Pela primeira vez podemos ver algo que realmente incentive e exija dedicação, estudo e principalmente leitura dos estudantes brasileiros. Um pioneirismo ousado no país onde uma boa bunda e um par de peitos valem mais que uma formação acadêmica. Claro, é um show, com todos os seus méritos e defeitos, mas foge completamente do velho formato do “quizshow”, que falsamente é dito como medidor de conhecimentos.

Como descrevi, o grande impacto desse concurso não é a mudança de vida do ganhador, um indivíduo iluminado em meio a um mar de educação falha, esquecida e desvalorizada. O magnífico é que o resultado, invariavelmente, é um maior número de crianças lendo, pensando, saindo da nuvem nebulosa chamada “preguiça de ler”. Claro, alguns nunca mudarão, outros dificilmente criarão hábitos da mais maravilhosa das artes, mas se uma quantidade conseguir se fartar no banquete magistral dos livros, realmente experimentando o suculento e viciante gosto da leitura, a missão estará cumprida.

Mas voltando ao programa de hoje, na finalíssima estavam a representante do Rio de Janeiro, Amanda, a do Paraná, Thafne e o garoto de Minas Gerais, Éder. As origens e histórias são tão diferentes quanto seus sotaques. A carioca, de classe média, não foge do estereótipo das meninas precoces do rio. Com namoradinho e tudo, foi toda maquiada ao programa. Não que isso seja ruim, mas foi somente isso que foi passado para o telespectador sobre a participante; A garota da terra das araucárias, aluna da escola militar de Curitiba e também de classe média, é personagem de uma situação antípoda: ao mesmo tempo, a participante mais nova e uma das mais altas da competição; Já Éder tem uma história mais comovente: vive com os pais e mais três irmãos em uma das regiões mais pobres do país, o Vale do Jequitinhonha. A família vive com duzentos reais mensais, sendo metade desse dinheiro proveniente do programa bolsa família e a outra metade dos bicos do patriarca.

Os três mostravam grande habilidade, mas a primeira a sair foi Amanda. Após sua saída, o que se viu foi um grande duelo entre os dois remanescentes. Por alguns momentos a batalha foi ampliada ao nível estadual pelo apresentador Luciano Huck. O embate virou Paraná x Minas Gerais. E assim se seguiu por diversas e difíceis rodadas. O autor aqui teria sido sumariamente eliminado em uma das mais belas flores, a Hortênsia. Talvez o leitor jure de pés juntos, como jurei, que se escreve com “C”, mas estamos redondamente enganados.

Porém, a paranaense errou em uma palavra, que se não é desconhecida, está muito próxima disto: hagiológio. O significado, graças ao dicionário Aurélio: tratado da vida dos santos ou das coisas santas. Já o mineirinho, mostrando grande destreza, conseguiu escapar da psicroestesia, que é a sensação de frio em alguma parte do corpo quando, na verdade, ela está aquecida.

Portanto, após essa tarde insossa e nebulosa, senti um pouco de otimismo atingindo meus calcanhares como as ondas da maré baixa. Tomara que a substância principal desse nosso mar – morto - comece a mudar, de um sistema de ensino público fraco e ineficiente para águas mais claras e tranqüilas. No oceano dos livros – e do conhecimento -, viver não é preciso, navegar é.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Radiojornal

Em mais uma tentativa de salvar este blog (não é porque estamos descobrindo o rádio que vamos abandonar a internet, né cambada), vou deixar uma lembrancinha do nosso primeiro radiojornal, que foi o primeiro radiojornal mais bonitinho da história da UEL!


Os comentários serão um espaço aberto para que vocês reclamem de seus editores (o que é uma ignorância, porque não foram vocês que só puderam começar a fazer alguma coisa na noite da segunda-feira), dos seus pauteiros (afinal, pauteiro é pra isso mesmo: alguém em cima de quem pôr a culpa se a matéria ficar ruim), e dos seus repórteres de vivo (caso este em que seu nome será gravado a fogo na lista do demônio, para que os outros possam reclamar ainda mais de você quando chegar a sua vez). Relatos de experiências, arranca-rabos, insônias e outras sensações que só um radiojornal pode nos oferecer com tamanho requinte também serão bem-vindos.

Sempre lembrando que este é um espaço muito, muito democrático, mas falar mal de quem posta é uma bruta ignorância ;) (beijo kau!)

E que venham as próximas edições!!!

terça-feira, 20 de maio de 2008

That's amazing!

Uau!Parece quase inacreditável!Após longos dias às voltas com diagramações, provas, trabalhos e otras cositas más (tudo bem, eu ainda tenho uma entrevista de rádio para hoje e uma digitalização para o trabalho da Flávia, mas isso é o de menos) vou poder suspirar aliviada como há um bom tempo eu não fazia. (desculpem, mas precisava fazer esse desabafo aqui. Agora me sinto melhor).
Em primeiro lugar, gostaria de desejar um fim de semana ótimo para todos, onde quer que estejam, e para dar um pouco mais de leveza e humor a esse começo de feriado vim deixar um texto simpático aqui. Ele não é de minha autoria, na verdade foi retirado de um blog que eu visito sempre que posso, criado por três jornalistas, e que mistura crítica e humor de um jeito que eu simplesmente admiro (e me divirto) demais. Quem ainda não conhece certamente vai achar muito bom.
Vou deixar o link, pra quem quiser ler mais textos delas.
Então, nos vemos todos segunda-feira, recuperados e com energia total. :D e : * para todos.

Jornalismo verdade

Gente, será que alguém pode avisar...

... para a Veja que essa mania de nomear os escândalos do país com qualquer-coisa-gate já deu no saco?

... para a Nova que tá confusa essa história de ensinar 4.356 truques para enlouquecer seu parceiro na cama e, ao mesmo tempo, publicar uma matéria recomendando que a gente não transe no primeiro encontro se quiser que ele ligue?

... para a Caras parar de usar a palavra “boda” nas capas?

... para a Veja São Paulo que tá na cara que metade dos “Melhores Restaurantes da Cidade” pagaram para estar ali?

... para a Playboy que ninguém sabia quem picas era Cibelle Dorsa?

... para a imprensa em geral que não adianta fazer editoriais dizendo que “é preciso ter cuidado para não condenar antecipadamente” e que “não se pode repetir o caso da Escola Base” enquanto estampam em todas as capas fotos da Isabella Nardoni no supermercado, na formatura do pré, na rua, na chuva, na fazenda?

Se tiverem mais avisos, juntem-se a mim e a gente despacha tudo junto. Obrigada.


Clara McFly às 09:57 AM
http://garotasquedizemni.ig.com.br/

De certa forma, é um pouco o que eu penso também...:)

sábado, 17 de maio de 2008

Cansei de ser sexy e falar sério. Hoje é sábado, pô.

Estava eu aqui, ouvindo um Pink Floyd e assistindo Amaury Jr. na companhia do companheiro Ferraretto, gaúcho macho de muitas horas de rádio, quando lembrei do famoso churrasco que eu não fui. Depois de buscar lá no fundo da minha maltratada memória, consegui recordar que existem alguns vídeos daquele notável banquete. Procurei-os e disponibilizá-los-ei para vocês:

Admito que me diverti vendo as faces risonhas, joviais, despreocupadas e descompromissadas. Ô tempo bom que não volta mais. Queria ver esse festival de sorrisos Colgate agora no nosso famigerado segundo ano. Difícil né Bolinha?
Apesar disso, eu sinceramente não sei o que era pior: a trilha musical magistral do festejo ou o assustador óculos Jaspion do japa. Cruzes! Por falar em música, se esses quase dois minutos realmente revelaram aos meus recatados e antiquados ouvidos como foi embalado aquele dia, eu não me arrependo de ter ido jogar football. Brincadeira gente, gosto é que nem braço, tem gente que não tem mesmo.
Destaque também para o final do segundo vídeo. Uma voz estridente e incômoda ecoou solene e solitária. Quem souber quem é sua dona, avise-me para que eu a evite. Nada pessoal Jacque, eu sei que foi por causa de uma latinha a mais.

É, depois desse momento zorra total chato pra cacete, só peço desculpas.

Ps: Créditos totais e irrestritos à excepcional filmagem da Ráisa.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Não quero mais andar na contramão

Repararam que o google tá estranho hoje? Esses caras ainda vão tomar o mundo, aguardem.

Bom, falando ligeiramente mais sério agora, vamos brincar de discutir o acontecimento da semana para nós jornaleiros: O protesto da sexta-feira cinzenta. Vou colocar um texto que acabei de redigir e espero que ninguém goste e que me critiquem. Ah, novidade, será um texto em primeira pessoa!

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Pipocas, Política e Sex Pistols.


Na quarta-feira, através (eu sei que tá errado) do companheiro Oscar, chegou à minha mão um documento expedido, se não me engano, na terça-feira pela chefia do departamento de comunicação da Uel. Pois bem, se tratava de uma resolução que imputava e amputava aos alunos o direito de usar os equipamentos necessários para a realização satisfatória do curso. Trocando em miúdos, proibiu-se o empréstimo de câmeras fotográficas, câmeras cinematográficas, gravadores de áudio e toda a sorte de apetrechos fundamentais para a prática jornalística que outrora eram cedidos sem maiores problemas.

A Causa

O motivo dessa decisão é compreensível. Em 2004 alguns discentes tiveram a brilhante idéia de realizar uma matéria para televisão em um dos bairros mais perigosos de Londrina. Acharam-se blindados pela carteirinha com inscrições de “Universidade Estadual de Londrina – Comunicação Social” – que na verdade só serve para comer no RU mesmo. Acharam que o “social”ou o nobre gesto de mostrar, com um documentário, o lado ralo do asfalto preveni-los-ia de atitudes criminosas. Risonho equívoco! Segundo eles, foram roubados e todos os equipamentos emprestados se perderam para sempre.
Agora demoraram quatro anos para vetar e quem foi responsável pelo episódio nem mesmo está mais na instituição. Os reais prejudicados, em curto prazo, são os alunos dos terceiros e quartos anos, que têm suas atividades curriculares baseadas no telejornalismo. Não se pode dizer que os demais alunos também não serão defasados. Os calouros teriam que usar máquinas fotográficas no segundo semestre e o segundo ano precisará semanalmente de gravadores para suas atividades de radiojornalismo.
Outro fato, não me recordo a data, mas que endossou a medida foi o caso do grupo de alunos que perdeu, em um bar conhecido da cidade, os materiais da universidade. Alguns dizem que também foram roubados, outros dizem que foram irresponsavelmente deixados sobre uma mesa, assim facilitando um furto. A questão é que quem deveria sofrer, pagar – sei lá como, até mesmo com serviços prestados à uel – e se responsabilizar pelos acontecidos seriam os alunos que, por ideologia ou pura inocência, deixaram levar o patrimônio de todos.

O protesto

Acho que a organização falhou nesse importante ponto. Claro, é difícil mobilizar as massas, ainda mais quando o número de estudantes do curso é limitado e não existiu uma grande ação de marketing e mídia, como ocorre hoje em dia nos grandes protestos. Porém, as medidas, o próprio itinerário e as palavras de ordem poderiam ter sido melhor escolhidas previamente. O que se viu foi um pouco de desordem e desorganização, o que torna a mobilização mais fraca. Já sei, vão me perguntar “Por que você não assumiu o protesto então?” respondo que também não teria capacidade para tal, apenas estou descrevendo e tentando ajudar para que os resultados sejam maximizados.
Enquanto a maioria da alcatéia faminta por justiça caminhava e gritava, eu preferi caminhar e pensar – além de fazer umas piadinhas e comer pipoca – sobre o que estava sendo feito. O interessante foi a adesão de alunos de história, totalmente alheios aos motivos e causas, mas, inquietos pelo barulho - que para ouvidos mais conservadores poderiam ser interpretados como baderna – prontamente seguiram sua natureza e até mesmo cederam materiais sofisticadíssimos de produção acústica ( duas latas velhas e amassadas).

Téti a Téti com o reitor

Após rodar pelo campus, finalmente chegamos ao esconderijo sombrio do nosso arqui-rival, o Magnífico Reitor Wilmar Marçal. Gritaram até que a autoridade saísse de sua gruta e então se calaram. Hora de falar sério, cobrar respostas e apresentar soluções. Como uma cobra criada, o mandatário máximo da instituição usou de sua política da fala mansa e ao mesmo tempo rápida, de suas palavras adocicadas e azedas, e conseguiu passar seus lábios de mel nas orelhas doces e imaculadas dos protestantes. Prometeu mundos e fundos, até mesmo uma reunião nas próximas semanas. O desfecho não sei como será, se dos filmes trágicos europeus ou dos finais americanos cativantes e felizes, mas o que se sabe é que o enredo, até agora, é digno das melhores pornochanchadas tupiniquins. A única certeza é que o final dessa trama demorará para ser produzido.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Essa eh pra Luana..e agora pra Luiza.....huauhahuaauhuha

MSN

Sempre odiei o que a maioria das pessoas fazem com os seus MSN's. Não estou falando desta vez dos emoticons insuportáveis que transformaram a leitura em um jogo de decodificação, mas as declarações de amor, saudades, empolgação traduzidas através do nick. O espaço 'nome' foi criado pela Microsoft para que você digite O NOME que lhe foi dado no batismo. Assim seus amigos aparecem de forma ordenada e você não tem que ficar clicando em cima dos mesmos pra descobrir que 'Vendo Abadá do Chiclete e Ivete' é na verdade Tiago Carvalho, ou 'Ainda te amo Pedro Henrique' é o MSN de Marcela Cordeiro. Mas a melhor parte da brincadeira é que normalmente o nick diz muito sobre o estado de espírito e perfil da pessoa. Portanto, toda vez que você encontrar um nick desses por aí, pare para analisar que você já saberá tudo sobre a pessoa... 'A-M-I-G-A-S o fim de semana foi perfeito!!!' acabou de entrar. Essa com certeza, assim como as amigas piriguetes (perigosas), terminou o namoro e está encalhadona. Uma semana antes estava com o nick 'O fim de semana promete'. Quer mostrar pro ex e pros peguetes (perigosos) que tem vida própria, mas a única coisa que fez no fim de semana foi encher o rabo de Balalaika, Baikal e Velho Barreiro e beijar umas bocas repetidas. O pior é que você conhece o casal e está no meio desse 'tiroteio', já que o ex dela é também conhecido seu, entra com o nick 'Hoje tem mais balada!', tentando impressionar seus amigos e amigas e as novas presas de sua mira, de que sua vida está mais do que movimentada, além de tentar fazer raiva na ex. 'Polly em NY' acabou de entrar. Essa com certeza quer que todos saibam que ela está em uma viagem bacana. Tanto que em breve colocará uma foto da 5ª Avenida no Orkut com a legenda 'Eu em Nova York'. Por que ninguém bota no Orkut foto de uma viagem feita a Praia-Grande - SP ? 'Quando Deus te desenhou ele tava namorando' acabou de entrar. Essa pessoa provavelmente não tem nenhuma criatividade, gosto musical e interesse por cultura. Só ouve o que está na moda e mais tocada nas paradas de sucesso. Normalmente coloca trechos como 'Diga que valeuuu' ou 'O Asa Arreia' na época do carnaval. Por que a vida faz isso comigo?' acabou de entrar. Quando essa pessoa entrar bloqueie imediatamente. Está depressiva porque tomou um pé na bunda e irá te chamar pra ficar falando sobre o ex. ' Maria Paula ocupada prá c** ' acabou de entrar. Se está ocupada prá c**, por que entrou cara-pálida? Sempre que vir uma pessoa dessas entrar, puxe papo só pra resenhar; ela não vai resistir à janelinha azul piscando na telinha e vai mandar o trabalho pro espaço. Com certeza. 'Paulão, quero você acima de tudo' acabou de entrar. Se ama compre um apartamento e vá morar com ele. Uma dica: Mulher adora disputar com as amigas. Quanto mais você mostrar que o tal do Paulão é tudo de bom, maiores são as chances de você ter o olho furado pelas sua amigas piriguetes (perigosas). 'Marizinha no banho' acabou de entrar. Essa não consegue mais desgrudar do MSN. Até quando vai beber água troca seu nick para 'Marizinha bebendo água'. Ganhou do pai um laptop pra usar enquanto estiver no banheiro, mas nunca tem coragem de colocar o nick 'Marizinha matriculando o moleque na natação'. ' < . ººº< . ººº< / @ e $ $ ! - @ >ªªª . >ªªª >' acabou de entrar. Essa aí acha que seu nome é o Código da Vinci pronto a ser decodificado. Cuidado ao conversar: ela pode dizer 'q vc eh mtu déixxx, q gosta di vc mtuXXX, ti mandá um bjuXX'. 'Galinha que persegue pato morre afogada' acabou de entrar. Essa ai tomou um zig e está doida pra dar uma coça na piriguete que tá dando em cima do seu ex. Quando está de bem com a vida, costuma usar outros nicks-provérbios de Dalai Lama, Lair de Souza e cia. 'VENDO ingressos para a Chopada, Camarote Vivo Festival de Verão, ABADÁ DO EVA, Bonfim Light, bate-volta da vaquejada de Serrinha e LP' acabou de entrar. Essa pessoa está desesperada pra ganhar um dinheiro extra e acha que a janelinha de 200 x 115 pixels que sobe no meu computador é espaço publicitário. 'Me pegue pelos cabelos, sinta meu cheiro, me jogue pelo ar, me leve pro seu banheiro...' acabou de entrar. Sempre usa um provérbio, trecho de música ou nick sedutores. Adora usar trechos de funk ou pagode com duplo sentido. Está há 6 meses sem dar um tapa na macaca e está doida prá arrumar alguém pra fazer o servicinho. 'Danny Bananinha' acabou de entrar. Quer de qualquer jeito emplacar um apelido para si própria, mas todos insistem em lhe chamar de Melecão, sua alcunha de escola. Adora se comparar a celebridades gostosas, botar fotos tiradas por si mesma no espelho com os peitos saindo da blusa rosa. Quer ser famosa. Mas não chegará nem a figurante do Linha Direta. Bom é isso, se quiserem escrever alguma mensagem, declaração ou qualquer coisa do tipo, tem o campo certo em opções 'digitem uma mensagem pessoal para que seus contatos a vejam' ou melhor, fica bem embaixo do campo do nome!! Vamos facilitar!!!!

Arnaldo Jabor

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Após longo silêncio da minha parte (o que não eh normal), estou aqui para meu primeiro post. Confesso que me senti no BBB ao acompanhar o desabafo do Andrew. Além disso, o texto, por sinal muito bem escrito, da Luh reflete o meu pensamento e meu descompromisso, nesse caso, com ele. Assumo que leio sempre os textos postados, mas é primeira vez que deixo o meu. Esse texto está na última edição do Conexão Ciência e escolhi colocá-lo pelo tema tratado : Humanização. Nesse caso, é restrito a área de saúde, mas o médico que entrevistei me fez pensar sobre toda essa linguagem extremamente tecnicista e longe do entendimento da massa que nos cerca. A questão não é decair a "qualidade" (algo muito subjetivo) da escrita para que a maioria da população entenda a mensagem, mas sim fazer uso do nosso papel de jornalista para que a massa conheça, além da superficialidade geralmenta mostrada, a realidade que a cerca. Se nossa questão ultrapassou o âmbito jornalístico e caiu na educação, e na incapacidade ou falta de vontade do Estado em cumprir com os seus deveres, então façamos uso das nossas armas para conscientizar um povo que desconhece a sua função e a sua importância nessa sociedade. Para isso, caio na humanização, na imagem humana e não mercadológica que devemos ter da nossa profissão. A questão não é a tiragem de um jornal, mas o modo como a mensagem é dada.
A arterapia como recurso da medicina

A luta contra a desumanização da área de saúde

O projeto Sensibilizart, que envolve hoje os cursos de medicina, enermagem e fisioterapia, organizou a 1ª Jornada de Humanização da Saúde. Entre os palestrantes estava o vice- presidente da Associação Brasileira de Medicina e Arte (ABMA) Paulo Barreto Campello, graduado e especializado em clínica geral e em pneumologia pela Faculdade de Ciências Médicas de Pernambuco. Campello foi um dos colaboradores na criação desse projeto que visa melhorar a relação entre o profissional e o paciente por meio da arte. Entre as atividades executadas pelos alunos dentro do Hospital Universitário, da Universidade Estadual de Londrina (UEL), estão o artesanato, a música, o palhaço e a narração de histórias.
O professor Campello defende a luta contra a desumanização na área de saúde. Para ele, desde a espera de três meses para a realização de um exame no Sistema Único de Saúde (SUS), até a rapidez em uma consulta, na qual o médico avalia apenas a reação do corpo em relação à doença e não se interessa em saber o que representa aquele ser humano, são atitudes desumanas. “Eu digo sempre que está existindo uma obesidade tecnológica e uma desnutrição humanística”, afirma o médico. Ele contesta a inversão de valores em uma sociedade que passou a valorizar mais a tecnologia que o lado humano. Para combater isso, ele se utiliza da arte, tanto a arte plástica quanto a fotografia, a música, o teatro e a palhaçoterapia – popularizada por Patch Adams e pelos Doutores da Alegria.
A alternativa encontrada por ele para resgatar essa humanização também tem função terapêutica. O seu programa “Arte na Medicina às vezes cura, de vez em quando alivia, mas sempre consola”, na verdade, reuni 12 projetos e o foco é fazer com que a pessoa expresse seus sentimentos por meio da arte. Um deles, por exemplo, chamado “Arte na Cabeça” incentiva as manifestações artísticas de pacientes psicóticos ou usuários de drogas por meio do maracatu, da capoeira, da dança e da fotografia. “Não é simplesmente ensinar a fazer a arte, mas saber que naquela arte, ele está liberando sofrimento, aflições, angústias”, explica.
Outro projeto, chamado “Humanização da Saúde pela Linguagem”, atinge diretamente a comunidade e pretende educar com um vocabulário mais próximo da sua realidade. “Foi dado esse nome porque é desumano você divulgar dados da área de saúde através dessa linguagem tecnicista”, afirma Campello. Ele explica que por meio da grafitagem, da literatura de cordel – típica de Pernanbuco-, dos jingles e dos cartoons o povo adquire consciência dos males e da prevenção. Os voluntários grafitam os muros, os parques e as estações de metrô de Recife com temas como a prevenção do câncer de mama, da dengue, da febre amarela, além de textos antitabagistas e sobre saúde bucal.
A música é vista por Campello como uma grande aliada. Ele a utiliza em projetos, como o “Som da Vida”, no qual a gestante ouve música quando chega à maternidade, enquanto espera pelo parto e escolhe a canção que quer ouvir durante o parto, para celebrar o nascimento. A música tem o poder de estimular a mulher, que vai liberar endorfina e conseqüentemente terá um parto melhor. A criança assim que vai para o berçário também escuta canções de Mozart, de acordo com o médico, trabalhos mostram que a música no interior do cérebro melhora a sucção e o bebê fica mais tranqüilo e dorme melhor.
Os alunos de medicina têm o incentivo ao lado mais humano incluso no seu currículo escolar por outro projeto. Campello ensina aos futuros profissionais noções de arte e como usá-la. “A arte como ponte psicossomática, que seria o corpo liberando as emoções”, defende o professor. Assim como, no projeto “Oficina de Conto de Fadas”, histórias são contadas às crianças e a criação de contos por elas são estimuladas. Esses contos representam o seu interior e todas as histórias são publicadas em formato de livro, a 6ª edição está para ser lançada.
O professor Campello trouxe com ele, para participar da jornada promovida pelo curso de medicina, a arterapeuta Auxiliadora do Santo. Ela, integrante da ABMA, comandou uma oficina que teve como objetivo a conexão entre o corpo e a mente. Para ela, a arterapia envolve a arte, o ato criativo com a saúde mental e com o equilíbrio emocional. Tanto Auxiliadora do Santo quanto Campello focam seu trabalho na associação entre arte e saúde, sempre com ênfase no ser humano.

domingo, 11 de maio de 2008

Privacidade X Celebridades

Galeraaa!!

Estou sem tempo pra postar textos de minha autoria ( e os últimos que fiz para entregar em sala não estão do meu agrado). Portanto, aqui vai um artigo de um site bem legal chamado Jornal de Debates que, como já diz o nome, coloca em questão situações cotidianas para refletirmos.

aqui vai um pequeno artigo discutindo a privacidade.
seria legal dar uma lida e colocar a opinião de vocês nos comentáriooos!!

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"O jogador Ronaldo “Fenômeno” se envolveu em uma confusão na madrugada desta segunda-feira (28/04), no Rio de Janeiro, com o travesti André Luis Ribeiro Albertino. Ele acusa o jogador de não ter pago por um suposto programa feito em um motel, na Barra da Tijuca. André chamou a polícia para denunciar o suposto calote, mas Ronaldo alegou que foi vítima de tentativa de extorsão, pois teria dispensado o trabalho assim que constatou que André era travesti. O caso foi notícia nos jornais do mundo todo, como se Ronaldo fosse o único a utilizar serviços deste tipo. Após a repercussão do caso na mídia, a noiva o abandonou e o seu patrocinador oficial ameaçou romper o contrato vitalício, alegando que a conduta de Ronaldo “Fenômeno” prejudicaria a imagem da marca. Na sua opinião, uma figura pública, como Ronaldo “Fenômeno”, tem direito à privacidade?"

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Aí o caso do Ronaldo é uma mera ilustração. Podemos pensar nas fotos publicadas do Lula consumindo caipirinhas, da Cica na praia, da top Kate Moss usando drogas, das filhas do Bush - na época menores de idade - consumindo álcool , e de inúmeras traições descobertas por fotos de paparazzis, entre outos casos.

Afinal, até onde vai o limite 'pessoa pública X privacidade' ?

sábado, 10 de maio de 2008

Nem 5 minutos

Olha, vou colocar um texto meu do ano passado. Só p/ dar uma descontraída. Eu cronometrei qnto tempo leva p/ achar um texto salvo no computador, apertar Ctrl+C, abrir o blog, fazer o login, apertar o Ctrl+V e fazer esse texto de introdução.Tudo isso leva menos de 5 minutos. Eu acho mto bonito as pessoas terem tempo p/ comentar q vão começar a postar, mas eu fico me perguntando aqui.... pq logo dpois de afirmar isso elas ñ seguem esses passos q eu citei no começo e postam o textos? "Vida longa ao usinografia"???

Processo administrativo das bancas de jornal

Desde a iniciativa de se abrir tal tipo de comércio até a concorrência com a Internet

Certamente, ao nos deslocarmos para o local onde trabalhamos, estudamos ou aproveitamos nossos momentos de lazer, não deixamos de passar em frente a uma banca de jornal, assim como também é quase inevitável que nunca tenhamos entrado em uma, seja durante a nossa infância, à procura de histórias em quadrinhos ou álbuns de figurinhas, seja na vida adulta, tendo em vista revistas especializadas ou jornais diários. O funcionamento de tal tipo de estabelecimento, onipresente nas cidade do nosso país, embora seja muito simples, talvez não chegue a incitar a curiosidade de muitos de seus freqüentadores, que sequer imaginam o processo de sua administração.

A partir do momento que se decide abrir uma banca, é necessária a ida à Prefeitura do município para se obter a permissão para a instalação do empreendimento no local escolhido e o alvará de funcionamento, que deve ser renovado anualmente. O proprietário ainda deverá pagar duas formas de impostos para a Prefeitura, o anual IPTU - Imposto Predial e Territorial Urbano – e a mensal taxa de localização. Além disso há o aluguel do espaço, que tanto pode ser pago a pessoas da iniciativa privada, caso a banca se localize junto a prédios residenciais ou estabelecimentos comerciais, quanto à Prefeitura, caso se encontre em locais de propriedade pública, como praças e calçadões. Há ainda a necessidade da compra da estrutura onde serão dispostas as mercadorias, custando uma com 15m² a quantia aproximada de R$ 40.000,00. Já tais estruturas, se localizadas em áreas públicas, são de propriedade do município.

Os títulos disponibilizados são determinados pelas distribuidoras, que fazem a seleção dos mesmos de acordo com o tamanho e localização do empreendimento, sendo permitidas pequenas modificações nessa lista. A grande procura por determinado produto implica em um fornecimento maior do mesmo na edição seguinte, ao passo que a baixa demanda implica em uma progressiva redução, até sua interrupção. Todos os preços são tabelados e o proprietário, praticamente todos os dias, desloca-se rumo as distribuidoras, para receber os materiais novos e devolver aqueles que não foram vendidos. Das distribuidoras esse material é enviado às editoras, onde é armazenado certo número de edições para o eventual pedido de números atrasados. sendo o restante destinado à reciclagem. No que diz respeito ao contínuo aumento no preço das revistas na última década Claudio Sposito, dono da Banca Pernambuco explica: " O distribuidor alega que é o aumento do preço do papel que determina essas altas".

Devido ao crescimento da utilização da Internet como meio de obtenção de informações, os proprietários afirmam que houve uma nítida queda em suas vendas de cerca de 30%. "Antes os estudantes colecionavam revistas, agora não fazem mais isso", afirma Akio Matsushita, há mais de 30 anos administrando a Banca Akio. Porém ainda restam muitos daqueles que prezam pelo prazer de freqüentar as bancas e adquirir seus produtos: "Nada substitui o prazer de ler uma revista ou um jornal", lembra Carlos Alberto de Souza Pinto, da Banca Rodeio.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Un poème amateur

Finalmente, meu primeiro post neste blog (já não era sem tempo). Passei um bom tempo pensando em algo interessante para postar aqui, mas devido à pouca de disponibilidade de acesso à internet, às minhas atribulações com a diagramação e ao mal hábito de apagar os arquivos do meu computador assim que não preciso mais deles (como aconteceu com o texto do Ayoub), adiei um pouco esse momento. O texto a seguir é um pequeno poema amador, pra matar a saudade dos tempos em que escrevia sem com compromisso ninguém. E não tem nada a ver com jornalismo. O que não quer dizer que não seja apreciável. Ils apprécient!

La voix

Sozinha à noite,
em sonhos eu ouço
uma voz marcante
não sei de quem é

Ela me atormenta
inquieta a mente
e ao mesmo tempo
me faz sentir bem

Olho pelas ruas
procuro respostas
mas nada corresponde
ao que eu ouço dizer

Mas logo eu descubro
prestando atenção
que a voz que escuto
vem de meu coração

You will never walk alone

Bom, não deixarei o blog morreu Luisa. Vamo negada, postem qualquer coisa, que nem esse texo chulé que eu acabei de fazer, mas postem pô!


Sem beijos porque estou bravo.


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A imprensa que nunca vira o disco

Um pouco de ácido, sarcasmo e sabedoria jedi.







29 de Março do ano de 2008 da era do nosso senhor Jesus Cristo. É nessa data que se iniciou um dos maiores circos do jornalismo brasileiro. O motivo? A morte covarde, estúpida - e receptiva a toda a sorte de adjetivos que circulem na festa do cruel e do macabro – de uma inocente menina de seis anos. Claro, um crime que mexeu sim, no fundo – do poço - moral da sociedade brasileira. Os motivos que tornam esse caso tão vendável para a mídia todos aqui sabem de cor e salteado. Não preciso explicar.
O ponto é que, na ausência de fatos novos realmente interessantes, na incapacidade de se analisar o crime de diferentes perspectivas e na falta de seriedade de alguns meios, o que se vê é um jornalismo sensacionalista maquiado de sério e objetivo. Isso mesmo. Da grandiosa e circunspecta rede Globo ao jornalzinho da quermesse. Ninguém escapa.
Enquanto se faz o público de palhaço, ensinando e ditando a todos que o fato mais importante do último mês foi esse crime, que os acontecimentos mais marcantes das últimas semanas foram as indas e vindas do casal suspeito, sempre no eixo cadeia-casa-casa-cadeia, que a declaração da semana foi a do pai de Alexandre Nardoni, que bradou à quatro ventos que o filho e a nora são inocentes. Ora, o país do blábláblá parou para acompanhar o que a mídia definiu como importante.
Não me venham defender que tragédia vende mesmo, e que não há nada que não se possa fazer para tentar escapar à visão mercantilista do jornalismo. Isso é mentira. O que nós, jornalistas, colocarmos no ar ou no papel as pessoas vão engolir, de uma forma ou de outra. Enquanto isso, Ali Lulá e os quarenta (devem ser uns 400) ladrões fazem a farra do boi. Durante esse espetáculo de polícia, CSI e direito, Dilma Rousseff continua por aí, boazinha que só ela; crianças – tão inocentes quanto Isabella – continuam morrendo estupidamente de norte a sul do nosso honroso país graças a políticos que se esbaldam, como infantes na fábrica de doces, com o dinheiro público.
Tá, todo mundo sabe disso tudo, eu sei. Mas acho que estamos começando a nos esquecer. O que é mais importante no mundo, para o jornalismo verdadeiro, não é Nardonis, Lulas, Dilmas, Bushs ou qualquer outra figurinha dessas. E sim a capacidade de parar, pensar e rever o que se está sendo feito. Estamos formando, informando, enganando, manipulando, esvaziando, ou deformando a sociedade? Estamos dando origem aos mitos da atualidade, somos os responsáveis pela criação dos inimigos públicos número um, somos os idealizadores das falsas comoções da sociedade? Claro.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Um desabafo e um ultimato

Uma vez que as pessoas dessa sala são aparentemente muito ocupadas para darem uma passadinha aqui no blog da turma, vou acabar transformando-o num blog pessoal... não reclamem se isso acontecer!


...

Ou melhor, reclamem sim, se indignem (existe? O Mozilla não sublinhou pelo menos...)! Onde está a capacidade crítica de vocês? Cadê o senso de coletividade? É muito lindo chegar na aula do Ayoub e resmungar sobre a desunião da classe, e muito fácil também. Mas, e aí? Ninguém nem posta no blog da sala, gente! É muito difícil dar ctrl+c e crtl+v e compartilhar o seu último texto? Arranca pedaço ler o texto dos outros e deixar algum comentário?
Pode me chamar de chata, eu tenho certeza que 80% do mundo vai concordar com você. Só que eu sempre achei que a nossa turma era tão... os outros 20%, sabe? Sempre achei que nós eramos menos egoístas que a média, que jornalismo significava abnegação. Eu sei, eu sei, acaba entrando naquele velho problema da idealização da profissão (que, aliás, já foi discutido pela minha pessoa aqui), mas, eu não sei se alguém aqui já se sentiu frustrado por se empolgar muito com alguma coisa e não ver esse entusiasmo refletido nas outras pessoas envolvidas...
Não é por poder fazer pouco que não se deve fazer nada, não é por medo de parecer idiota que se deve ficar calado. Do jeito que as coisas estão, fica até feio pra nossa sala... Só estamos mostrando a nossa falta de capacidade em levar projetos adiante. Eu sei que o Bola e a Flávia consomem o nosso tempo, e o que sobra tem de ser distribuído entre as outras matérias e o resto da nossa vida, mas eu tenho certeza que todo mundo tem um tempinho livre na internet.

Se continuar assim e ninguém postar, ao invés de transformar o blog da sala num blog pessoal, vou tomar a iniciativa de entrar como jornal1000 e apagar isso aqui. Não vai ficar nenhuma lembrança do nosso fracasso (porque, estou aprendendo a duras custas, num grupo é assim: os pouquíssimos que trabalham respondem igualmente pelo fracasso do grupo inteiro, que não se importa). E poderemos, então, nos dedicar a coisas infinitamente mais importantes. Sem deixar marca nenhuma.

Passem bem.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Atualização

Fala.....tdo certo c/ vcs?........Então, eu queria avisar q o www.fonografando.com foi atualizado...... as matérias estão fresquinhas......hehheheh.........se vcs derem uma acessada lá eu agradeço.......Obrigado

Ser jornalista hoje...

O meu texto do Osmani.
Sem beijo pra ninguém que isso é coisa de gente sem-vergonha.




Sobre fazer jornalismo:
um novo caminho é possível?

Muitos dos conflitos e dilemas profissionais vêm à tona quando a pergunta é: o que é ser jornalista, hoje? Desde os ideais elevados, que norteiam muitos aspirantes, até a vida prática que os esmague e contradiga, há um longo e nebuloso caminho a ser percorrido. Alguns problemas podem ser levantados, mas talvez sejam questões éticas e morais cuja solução está fora de nosso alcance. Por exemplo: o papel do jornalista, no contexto atual, é o de meramente informar? Ou deveria ele ser auxiliar na formação de uma consciência crítica nos leitores?
Diversos aspectos devem ser considerados para que se responda a essa questão. Ela provavelmente terá respostas diferentes aqui no Brasil e nos Estados Unidos, por exemplo. Acompanhando a desigualdade social e as diferenças culturais, em nosso país pode ser admissível que o jornalista assuma para si a incumbência de, além de informar, educar. Essa é, teoricamente, uma função do Estado, e não de jornalistas. Porém, considerando o contexto social do país, os meios de comunicação de massa podem constituir um auxílio válido a um sistema governamental que não prioriza a educação. E não é pela impossibilidade de fazer uma revolução que o jornalista (ou qualquer cidadão) deve se omitir de realizar o que está ao seu alcance para melhorar o mundo em que vivemos.
Outra polêmica que merece especial atenção é sobre o que caracterizaria a censura, o ataque à liberdade de imprensa. Afinal, a alegação de censura é a reação imediata de alguns jornalistas quando vêem seu trabalho criticado. O que pode ser definido como publicável? Deve-se sempre tentar atender aos anseios do leitor/espectador? A resposta padrão, nesse caso, oscila entre “agradar o leitor a qualquer custo” ou “usar de bom-senso”. Claro que agradar o leitor a qualquer preço não se mostra sempre uma boa alternativa; basta tomar como exemplo o recente caso da morte de Isabela Nardoni, que assumiu dimensões absurdas. Por outro lado, ‘bom-senso’ não é um conceito universal, e sua interpretação é bastante subjetiva. Parece que chegamos a um impasse.
A lei assegura a liberdade de imprensa. Mas, o fato de que qualquer coisa possa ser publicada não significa necessariamente que um determinado fato o será. Muitas vezes, a escolha pela publicação ou não independe do interesse público pelo acontecido, o que, no fim das contas, para os jornalistas, é outro conceito abstrato. Sabemos nós realmente qual é o interesse do público? Pode-se alegar que as vendas sejam um bom indicativo, mas, como saber se os mesmos leitores não comprariam produtos diferentes se lhes fosse oferecido?
Daí depreende-se ainda outro desafio desta profissão instigante: como fugir da “matéria pronta da pauta pronta”, para usar as palavras de Mauricio Menezes? Não se trata apenas de capturar o interesse de um consumidor de notícias desatento, mas de lhe oferecer uma alternativa, um novo ângulo para uma cena conhecida, para que ele possa vislumbrar uma percepção de mundo diferente. É muito fácil receber prontas as notícias preparadas por alguém e repassá-las. Não é nem necessário ser jornalista para fazê-lo. Conformar-se com isso é fazer um pacto com a mediocridade, e desacreditar ainda mais o trabalho que tanto amamos realizar.

Talvez estes problemas sejam inexistentes, irrelevantes ou passem desapercebidos na prática diária de jornalismo. Pode ser que todas as questões aqui levantadas sejam abstratas demais, e estejam afogadas sob a enxurrada de fatos que, ansiosos por virarem notícias, invadem as redações diariamente, cada vez com maior fúria e em maior quantidade. Quiçá, então, nosso único termômetro possível seja o momento antes de dormir: só ali saberemos, com certeza, se nos orgulhamos das pessoas que somos e do papel que representamos ao longo do dia.

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Entre batatas, mais batatas, e a eleição de outubro

A realidade da Câmara Municipal de Londrina é negativa, e isto há muito tempo. Se existem “batatas podres”, a corrupção em Londrina está enraizada e a cassação do tri- prefeito Antônio Belinati não foi o agrotóxico certo. Pelo visto, o Ministério Público e o Movimento da Moralidade não aplicaram o veneno em todas as áreas. E os frutos podres, contrariando as ordens biológicas, se reproduziram. Em escala macro, diga-se de passagem.
O clima na Instituição é de “salve-se quem puder”. Dos dezoito vereadores que iniciaram o último ano de mandato desta gestão, pelo menos seis estrelam as manchetes com alguma denúncia de negligência pública. Destes, dois renunciaram para não serem cassados e perderem os direitos políticos. Entre as estrelas de última grandeza, estão: Henrique Barros, Orlando Bonilha, Renato Araújo, Osvaldo Bergamim, Paulo Arildo e Sidney Souza. E o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do outro lado, realçando o brilho.
As acusações estão freqüentes e concussão está na moda. Laranjas “abrilhantam” os noticiários, assessores são questionados e o “BBB” do Gaeco veio à tona. Pela primeira vez, em muito tempo, questionou-se o Código de Ética que rege o local de trabalho dos vereadores. Informações se invertem e “vazam”! O que deveria ser de conhecimento público vira especulação, já que ainda são projetos, não leis: tudo caminha e a eleição é em outubro!
As línguas (boas, más e todas as outras, se é que existem) dizem (e segundo as últimas notícias, provam) que Barros recebeu alta quantia em alguns acordos “lobbísticos”, que Bonilha encabeça a lista Caldarelli, que Araújo e Bergamim junto com estes outros formam uma quadrilha, que Souza comprou votos e que Arildo lucrava parte do salário de seus assessores parlamentares. E em outubro tem eleição.
Todos os dias, em vários veículos jornalísticos, as notícias são sempre as mesmas. E não existe a possibilidade de variação da pauta! Se um destes vereadores, realmente, foi coagido: ainda restam cinco diretamente citados. O que não melhora a situação. Se essas informações chegam ao público ainda como especulações, isso é bom! Os nossos eleitos estão fazendo o seu papel, organizando a casa.
Agora, se essas informações “vazam” é porque o problema é mais embaixo! Algo que vaza, é indesejado, está com problemas... A questão é a seguinte: a comunidade tem o direito de saber o que acontece na Câmara de Vereadores, logo, as informações precisam ser repassadas. Se, os jornalistas detêm a informação, os jornalistas têm, por dever, apresentá-las. Como existe a Lei de Responsabilidade Fiscal para controle dos gastos, as ações devem ser públicas para o futuro controle. Não que o jornalista tenha essa obrigação, o fardo do controle público, mas a sociedade como um todo.
No livro “Mídia, educação e cidadania”, Paulinho Guareschi e Osvaldo Biz dizem no capítulo “O impacto da mídia nas sociedades modernas” que os meios de comunicação são indiretamente responsáveis pela escolha dos políticos. E os que estiverem mais na mídia, serão mais públicos, o que facilita as eleições. Se a mídia escolhe, ela dirige, então, deve controlar. Ainda que qualquer pessoa tenha o direito às informações administrativas do município (neste caso), provavelmente, não a receberão facilmente.
Tudo na Instituição do Poder Legislativo londrinense está sob investigações. Nada ainda é concreto. Mas o barulho já é bem grande. (E em outubro tem eleição) Que as Comissões Processantes não caíam no marasmo e acabem em pizza. Recentemente, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) propuseram o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE). O que, determinaria a proibição da candidatura de pessoas com antecedentes criminais. Se isso pegar, o cenário político, em Londrina, ficará bem restrito.
A política londrinense está composta de uma sucessão de escândalos. Ainda que o ápice tenha sido a cassação de Belinati, o “rouba, mas faz” está firme e forte, e em outubro tem eleição. A crise permanece quase dez anos depois. Tudo contribui para que a população acredite menos em seus candidatos. Recentemente, vereadores foram às rádios londrinenses e falaram sobre a questão eleitoral. E da consciência de que muitos dos que estão no poder hoje, não serão reeleitos.
Belinati, Barros, Bonilha, Janene esse é o início da escala. Que não se sabe ao certo se ela decresce ou aumenta. E com certeza estes não são os únicos. Renovação, cassação, tudo virá à tona! “O sistema tá bruto”. O Gaeco tem muito serviço, os jornalistas falam da censura, mas, ainda que não saibamos em quem votar, em outubro tem eleição.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Um ensaio pessimista

Tô vendo que só alguns abnegados é que postam aqui mesmo. Que vergonha para os outros. Aliás, não precisam ter vergonha gente, vamos postar qualquer coisa, de receita de bolo de fubá até como fazer uma bomba atômica em casa! O negócio é praticar e expor seu texto ao nosso fabuloso júri.
Pois bem, esse pequeno ensaio pessimista que escrevi ontem de noitinha foi para o nosso conclamado mestre Osmani. Critiquem-no, por favor.

Um beijo de cinema na alma de todos.

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Profissão indecisão

Já estamos quase no fim da primeira década do século XXI e uma profissão em especial ainda não se encontrou na sociedade moderna. Não que as outras carreiras estejam bem definidas e delimitadas, com suas pretensões, limites e objetivos claramente expostos e sem nenhum tipo de contestação. Muito pelo contrário. Mas esse difícil ofício ainda carece de um maior estudo, ou melhor, de maiores estudos baseados na prática.
Claro que se trata do nosso velho, surrado, mal-tratado e mal compreendido jornalismo. Aquele mesmo que divulgou as milagrosas descobertas da medicina no século XIX e XX, aquele que divulgou começos e fins de guerras e conflitos, que desmascarou corruptos ou alimentou os mesmos, que denunciou Nixon no caso ‘‘Watergate’’ e que destruiu uma família no caso das (falsas) bruxas de Guaratuba.
Ainda não se chegou a um consenso prático, plausível e palpável que estabeleça a ponte entra a vasta literatura teórica e a exuberante cachoeira de experiências práticas infindáveis e incontáveis. O que se vê é a tentativa – em muitos casos sem sucesso – dos profissionais da comunicação em seguir a cartilha do bom jornalismo, do lado belo, almejado e inalcançável da profissão.
Aprendemos – voluntariamente ou à força – nas academias espalhadas pelo país e pelo mundo que o correto é ouvir todos os lados de um fato, independente de quantos sejam, que devemos sempre buscar, a preço de muito sangue, suor e lágrimas, o utópico conceito de imparcialidade, que devemos colocar nossos pés na rua para ver, sentir, cheirar, ouvir e até saborear os acontecimentos antes de transmiti-los para a população perdida – como nós – na enxurrada de informações diárias. A verdade, se é que existe verdade, é que na prática a situação muda de figura.
Os jornalistas têm que lidar, diariamente, com a coerção que lhes é imposta pelas empresas em que trabalham, pelos anunciantes, pelo público, pelo governo, ou seja, por todos os poderes da sociedade. O jornalista é como o filho que vê toda a noite a mãe (prática jornalística) ser espancada pelo pai (empresas, governos, anunciantes...), sem poder fazer nada, sem poder se desprender do temido progenitor, pois sabe que não sobrevive sem ele, não consegue viver à própria sorte em sítios obscuros da sociedade.
O profissional da imprensa também sabe que é muito difícil desempenhar suas funções na plenitude máxima idealizada pelos estudiosos. Sabe que terá que conviver eternamente com questões legais, dificuldades técnicas, vontades e interesses subjugando a ‘‘verdade’’, entre outros pontos. Sabe também que trabalha como menino de recados dos grandes empresários, das grandes corporações, dos governos e poderes paralelos. Sonhou um dia que poderia ser o quarto poder, ajudar a sociedade, ser o responsável por mudanças sociais, pela pregação da verdade, pela busca incansável por justiça. Delírio.
Não que passe longe de tudo isso, que nunca tenha desempenhado de fato algumas dessas funções. O jornalismo é eterno, importante sempre, uma peça fundamental da engrenagem mundial, mas não é e nunca será como está descrito nos livros e na cabeça de teóricos. O melhor retrato do ofício é, na verdade, o que se pratica em todas as redações do mundo, respeitando-se as diferenças, mas nunca esquecendo-se das semelhanças e da realidade.

Aqui também se fala bobagem

Um post despretensioso, que é pra ninguém ficar pensando que nós, estudantes do segundo ano de Jornalismo da UEL, somos todos sisudos e só nos preocupamos com assuntos realmente relevantes.

Trata-se de um comentário crítico de, hm, arte.



Estava eu a ouvir um CD de Carla Bruni, ex-modelo e cantora italiana, que atualmente recebe projeção na mídia por ter-se tornado a primeira-dama francesa ao casar com Nicolas Sarkozy (eu adooooro falar o nome dele, vocês não? Vamos lá: Nicolá Sarkozí).


A minha impressão é de que o CD seria agradável, se não fosse a mesma música regravada onze vezes e sob onze alcunhas diferentes. Vá lá, a voz da moça é prazenteira de se ouvir. As letras, também, estavam me chamando a atenção, até eu descobrir que nem uma linhazinha é original: ela apenas canta poesias de nomes como Emily Dickinson, Dorothy Parker e W. B. Yeats. O fascínio do arrastado e sexy sotaque francês cantando em inglês se perde na monotonia e no tédio das musiquinhas... (e, acreditem, quando você é capaz de diferenciar uma música de outra do Symphony X, se julga capaz de distinguir qualquer coisa... talvez seja pretensão, mas então alguém me ajude a ver diferença entre as músicas desse CD! Além das letras, óbvio...)

Mas então... posso ter gostado mesmo assim? É, desculpem, mas eu reluto em considerar lixo as músicas de alguém com tanto bom gosto para se vestir e ser bonita. Já sei que todo mundo vai racionalizar e me dizer que uma coisa não tem nada a ver com a outra (talvez, bem talvez, a Luana me entenda), mas, se eu quero gostar, eu gosto e pronto acabou.


Ficha técnica
Artista: Carla Bruni
Nome do CD: No Promises
Ano de lançamento : 2006
Preço: R$ 69,00 pelo Submarino.com
Lançado no Brasil pela gravadora ST2



E, por último, pra comprovar o bom-gosto da rapariga em vestimentas, segue o link para um site de pessoas que acompanharam sua indumentária (com essas palavras!) na visita do casal à Corte Britânica:


http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL365412-5602,00-CARLA+BRUNI+E+ELOGIADA+POR+REVISTA+DE+MODA.html



Agora podemos retornar à nossa programação normal.

domingo, 27 de abril de 2008

Enquanto isso na sala de justiça...

Depois de uma semana, lá vai meu texto do Ayoub Ayoub Ayoub Ayoub. Um beijo na alma de todos.
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O Dia em que a câmara parou

O que vale nove mil reais? Um carro usado talvez, ou uma moto, quem sabe até mesmo um home theater desses modernos, com tudo que se tem direito. Entre um número quase que infinito de respostas a essa simples pergunta, o ex-vereador londrinense Henrique Barros preferiu uma pouco convencional: Seu mandato e talvez – frise-se o talvez – sua carreira política. Desde o dia 10 de janeiro de 2008, quando foi preso em flagrante por extorquir nove mil reais de um empresário, o edil protagoniza um dos maiores escândalos na política londrinense desde o caso Belinatti.
Convém notar que Henrique Barros não é o único envolvido nessa trama que beira o pastelão de Didi Mocó e os Trapalhões. A trupe de políticos envolvidos traz outros tantos nomes, cada um com seu grau de atuação e importância dentro do imbróglio. Entre os principais: Orlando Bonilha (PR), Renato Araújo (PP), Flávio Vedoato (PSC) e Osvaldo Bergamin (PMDB. O primeiro – que até então era o presidente da câmara – sonhava concorrer ao cargo de mandatário máximo do município, mas, em discurso logo após sua renúncia, descartou essa vislumbrada possibilidade.
Relembrando um pouco os acontecimentos para quem não está a par dos fatos: Os cinco vereadores formavam um grupo que extorquia empresários em troca da aprovação de projetos de leis, propostas de doações de terrenos e demais pendengas burocráticas que interessavam os corruptores. Geralmente as somas não ultrapassavam a casa dos dez mil reais. Após a divulgação das investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) e dos primeiros depoimentos das supostas vítimas, ficou comprovado que os representantes do povo se vendiam por muito pouco. Pouco mesmo.
O interessante é saber que mesmo com todas as provas a disposição, mesmo com todo o enfoque da imprensa, mesmo com toda a repercussão do caso, as leis demoram para punir os envolvidos no esquema. O curioso também é se atentar para o fato dos empresários sempre terem sido chamados de vítimas dos vereadores. Ora, quem pede dinheiro ilícito é tão culpado quanto quem aceita o pedido e efetiva o pagamento. Ou não?
E, outro enfoque que se dá, é que a vida política da cidade parou. É notório que o tripé dos poderes em Londrina nunca foi muito sólido ou equilibrado. Mas nunca se viu tamanha inoperância tanto no executivo, tanto no judiciário e ainda mais agora no legislativo. Se a cidade andava no passo – lento - dos administradores até agora, a coisa piorou sobremaneira. Talvez, por ser ano de eleição, algumas coisas mudem e a cidade vire novamente um canteiro de obras, um político mais ligeiro apareça como defensor dos cidadãos e coloque os envolvidos na cadeia ou até mesmo não aconteça nada, mais uma vez. O importante é que, do dia 10 de janeiro até hoje, a câmara, a cidade e tudo que os engloba, parou. Efeito colateral da nossa democracia falha? Provavelmente.
O que se sabe é que em pleno sul do país, em terras férteis e prósperas, se ouve nada mais nada menos que a mesma declaração das vítimas sertanejas do exército brasileiro em Canudos, como narra Euclides da Cunha em ‘‘Os Sertões’’. Estamos sendo decapitados enquanto gritamos com todas as forças ‘‘ Viva a república!’’.