sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Um "algo" despretensioso

Pra começar, eu queria escrever um texto que pudesse dar uma injeção de ânimo neste blog. E queria poder também adivinhar os pensamentos das pessoas, para saber qual o assunto mais conveniente a ser escrito aqui. Eu queria que aqueles que um dia, num tempo não muito distante de suas vidas, idealizaram este blog (sabe-se Deus com quais intenções), não virassem a cara simplesmente e fingissem que ele não existe mais. E eu queria poder neste momento deitar no colo de alguém que eu amo e comer torta de chocolate com brigadeiro...

Mas, como nem sempre podemos ter aquilo que mais queremos e como, apesar da idéia de contribuir com um texto para esse blog eu descobrir que ainda não me sinto confortável para expor minhas dúvidas, dramas e alegrias para pessoas pelas quais eu confesso na maioria das vezes não sentir muita intimidade, resolvi postar um texto simpático e não de minha autoria, mas que revele um pouco do que eu quero dizer.
Prometo que num momento de coragem e inspiração eu escrevo algo mais pessoal e por isso mesmo mais sincero.

beijos de gato na bochecha de todos ;P

Deus e o Diabo

Tem dias em que fico completamente apaixonada pela minha profissão, pelo ato de escrever e por cada minúcia dessa função tão inteligente, social, bonita e gratificante. Tem dias em que eu tenho vontade de jogar todos os papéis pela vidraça e me candidatar a ser caixa de supermercado, emprego bem mais decente e que faz muito mais sentido.

Num momento, eu quero abraçar bastante algumas pessoas – quiçá até fazer-lhes um cafuné no cabelo e estalar um beijo na testa. Para, no momento seguinte, elas dizerem ou fazerem alguma coisa e me deixarem com vontade de picá-las bem miudinho e guardá-las no freezer, atrás das coxas de frango.

Tem horas em que minha casa parece um castelo, um paraíso, uma Shangri-la doce e acolhedora que me faz feliz apenas com seus tacos de madeira semi-brilhantes e as paredes de tijolos cinqüentenários. Tem horas em que eu só vejo o teto do banheiro descascando, as marcas de sapato no chão, a janela emperrada e a maldita pia onde mal cabe um prato e duas xícaras. Daí eu fico em dúvida se fotografo a casa e mando para uma revista ou se ateio fogo nela.

Num minuto quero cabelos curtos, simples, baratos, frescos. No outro minuto eu gosto da juba enorme, que cai pelos ombros e promove penteados lindos e aquelas emocionantes jogadas de franja.

Sei que adoro milho verde na espiga ou refogado. E sei que detesto milho verde em forma de sorvete ou (nojo!) pamonha.

Assisto um pouco do “Programa Amaury Jr.” revezando com “Reescrevendo a História”, passando para “Os Reis de Dogtown” nos intervalos e espiando o jogo de futebol americano sempre que possível.

Eu sei dizer elogios e gosto de falar bonito sobre aquilo que sinto e penso. E sei xingar como um marinheiro do cais do porto também.

Planejo sair para um passeio disposta a encontrar diversão – e fico sorridentíssima com o bom almoço, o cafezinho, o bate-papo, a revista que comprei. Em dois segundos, passo a bufar de raiva com o trânsito de volta, o calor da rua, o cansaço nos pés, a ignorância humana.

É do céu ao inferno em questão de uma piscada. Pode ser TPM, bipolaridade, mau gênio, falta de vitaminas, muito mimo. Sei lá. Só sei que faz todo o sentido pensar que Deus e o Diabo só existem, com toda certeza, dentro da gente.

Fla Wonka


http://garotasquedizemni.ig.com.br/archives/002297.php#more

p.s.:como eu disse, nem tudo que está aí são coisas com as quais eu identifico...mas eu imagino o quanto seriam engraçadas e estranhas se acontecessem...

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