sábado, 31 de maio de 2008
No caldeirããooooo
Graças à atração global, esse tipo de atividade vem se tornando cada vez mais usual em escolas e até mesmo ocupado horas de recreação familiar. Quem assiste aos filmes americanos que passam (repassam e são passados novamente) nas infindáveis “Sessões da tarde” já sabe que a prática é bastante comum nos Estados Unidos. Há décadas que existem grandes concursos de soletração no país, com centenas de milhares de participantes, submetidos a uma competição quase que nos moldes da tupiniquim: regionalizações e uma grande final.
Para ser sincero, eu gosto desse “espetáculo”. Pela primeira vez podemos ver algo que realmente incentive e exija dedicação, estudo e principalmente leitura dos estudantes brasileiros. Um pioneirismo ousado no país onde uma boa bunda e um par de peitos valem mais que uma formação acadêmica. Claro, é um show, com todos os seus méritos e defeitos, mas foge completamente do velho formato do “quizshow”, que falsamente é dito como medidor de conhecimentos.
Como descrevi, o grande impacto desse concurso não é a mudança de vida do ganhador, um indivíduo iluminado em meio a um mar de educação falha, esquecida e desvalorizada. O magnífico é que o resultado, invariavelmente, é um maior número de crianças lendo, pensando, saindo da nuvem nebulosa chamada “preguiça de ler”. Claro, alguns nunca mudarão, outros dificilmente criarão hábitos da mais maravilhosa das artes, mas se uma quantidade conseguir se fartar no banquete magistral dos livros, realmente experimentando o suculento e viciante gosto da leitura, a missão estará cumprida.
Mas voltando ao programa de hoje, na finalíssima estavam a representante do Rio de Janeiro, Amanda, a do Paraná, Thafne e o garoto de Minas Gerais, Éder. As origens e histórias são tão diferentes quanto seus sotaques. A carioca, de classe média, não foge do estereótipo das meninas precoces do rio. Com namoradinho e tudo, foi toda maquiada ao programa. Não que isso seja ruim, mas foi somente isso que foi passado para o telespectador sobre a participante; A garota da terra das araucárias, aluna da escola militar de Curitiba e também de classe média, é personagem de uma situação antípoda: ao mesmo tempo, a participante mais nova e uma das mais altas da competição; Já Éder tem uma história mais comovente: vive com os pais e mais três irmãos em uma das regiões mais pobres do país, o Vale do Jequitinhonha. A família vive com duzentos reais mensais, sendo metade desse dinheiro proveniente do programa bolsa família e a outra metade dos bicos do patriarca.
Os três mostravam grande habilidade, mas a primeira a sair foi Amanda. Após sua saída, o que se viu foi um grande duelo entre os dois remanescentes. Por alguns momentos a batalha foi ampliada ao nível estadual pelo apresentador Luciano Huck. O embate virou Paraná x Minas Gerais. E assim se seguiu por diversas e difíceis rodadas. O autor aqui teria sido sumariamente eliminado em uma das mais belas flores, a Hortênsia. Talvez o leitor jure de pés juntos, como jurei, que se escreve com “C”, mas estamos redondamente enganados.
Porém, a paranaense errou em uma palavra, que se não é desconhecida, está muito próxima disto: hagiológio. O significado, graças ao dicionário Aurélio: tratado da vida dos santos ou das coisas santas. Já o mineirinho, mostrando grande destreza, conseguiu escapar da psicroestesia, que é a sensação de frio em alguma parte do corpo quando, na verdade, ela está aquecida.
Portanto, após essa tarde insossa e nebulosa, senti um pouco de otimismo atingindo meus calcanhares como as ondas da maré baixa. Tomara que a substância principal desse nosso mar – morto - comece a mudar, de um sistema de ensino público fraco e ineficiente para águas mais claras e tranqüilas. No oceano dos livros – e do conhecimento -, viver não é preciso, navegar é.
quarta-feira, 28 de maio de 2008
Radiojornal
Os comentários serão um espaço aberto para que vocês reclamem de seus editores (o que é uma ignorância, porque não foram vocês que só puderam começar a fazer alguma coisa na noite da segunda-feira), dos seus pauteiros (afinal, pauteiro é pra isso mesmo: alguém em cima de quem pôr a culpa se a matéria ficar ruim), e dos seus repórteres de vivo (caso este em que seu nome será gravado a fogo na lista do demônio, para que os outros possam reclamar ainda mais de você quando chegar a sua vez). Relatos de experiências, arranca-rabos, insônias e outras sensações que só um radiojornal pode nos oferecer com tamanho requinte também serão bem-vindos.
Sempre lembrando que este é um espaço muito, muito democrático, mas falar mal de quem posta é uma bruta ignorância ;) (beijo kau!)
E que venham as próximas edições!!!
terça-feira, 20 de maio de 2008
That's amazing!
Em primeiro lugar, gostaria de desejar um fim de semana ótimo para todos, onde quer que estejam, e para dar um pouco mais de leveza e humor a esse começo de feriado vim deixar um texto simpático aqui. Ele não é de minha autoria, na verdade foi retirado de um blog que eu visito sempre que posso, criado por três jornalistas, e que mistura crítica e humor de um jeito que eu simplesmente admiro (e me divirto) demais. Quem ainda não conhece certamente vai achar muito bom.
Vou deixar o link, pra quem quiser ler mais textos delas.
Então, nos vemos todos segunda-feira, recuperados e com energia total. :D e : * para todos.
Jornalismo verdade
Gente, será que alguém pode avisar...
... para a Veja que essa mania de nomear os escândalos do país com qualquer-coisa-gate já deu no saco?
... para a Nova que tá confusa essa história de ensinar 4.356 truques para enlouquecer seu parceiro na cama e, ao mesmo tempo, publicar uma matéria recomendando que a gente não transe no primeiro encontro se quiser que ele ligue?
... para a Caras parar de usar a palavra “boda” nas capas?
... para a Veja São Paulo que tá na cara que metade dos “Melhores Restaurantes da Cidade” pagaram para estar ali?
... para a Playboy que ninguém sabia quem picas era Cibelle Dorsa?
... para a imprensa em geral que não adianta fazer editoriais dizendo que “é preciso ter cuidado para não condenar antecipadamente” e que “não se pode repetir o caso da Escola Base” enquanto estampam em todas as capas fotos da Isabella Nardoni no supermercado, na formatura do pré, na rua, na chuva, na fazenda?
Se tiverem mais avisos, juntem-se a mim e a gente despacha tudo junto. Obrigada.
http://garotasquedizemni.ig.com.br/
De certa forma, é um pouco o que eu penso também...:)
sábado, 17 de maio de 2008
Cansei de ser sexy e falar sério. Hoje é sábado, pô.
Admito que me diverti vendo as faces risonhas, joviais, despreocupadas e descompromissadas. Ô tempo bom que não volta mais. Queria ver esse festival de sorrisos Colgate agora no nosso famigerado segundo ano. Difícil né Bolinha?
Apesar disso, eu sinceramente não sei o que era pior: a trilha musical magistral do festejo ou o assustador óculos Jaspion do japa. Cruzes! Por falar em música, se esses quase dois minutos realmente revelaram aos meus recatados e antiquados ouvidos como foi embalado aquele dia, eu não me arrependo de ter ido jogar football. Brincadeira gente, gosto é que nem braço, tem gente que não tem mesmo.
Destaque também para o final do segundo vídeo. Uma voz estridente e incômoda ecoou solene e solitária. Quem souber quem é sua dona, avise-me para que eu a evite. Nada pessoal Jacque, eu sei que foi por causa de uma latinha a mais.
É, depois desse momento zorra total chato pra cacete, só peço desculpas.
Ps: Créditos totais e irrestritos à excepcional filmagem da Ráisa.
sexta-feira, 16 de maio de 2008
Não quero mais andar na contramão
Bom, falando ligeiramente mais sério agora, vamos brincar de discutir o acontecimento da semana para nós jornaleiros: O protesto da sexta-feira cinzenta. Vou colocar um texto que acabei de redigir e espero que ninguém goste e que me critiquem. Ah, novidade, será um texto em primeira pessoa!
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Na quarta-feira, através (eu sei que tá errado) do companheiro Oscar, chegou à minha mão um documento expedido, se não me engano, na terça-feira pela chefia do departamento de comunicação da Uel. Pois bem, se tratava de uma resolução que imputava e amputava aos alunos o direito de usar os equipamentos necessários para a realização satisfatória do curso. Trocando em miúdos, proibiu-se o empréstimo de câmeras fotográficas, câmeras cinematográficas, gravadores de áudio e toda a sorte de apetrechos fundamentais para a prática jornalística que outrora eram cedidos sem maiores problemas.
A Causa
O motivo dessa decisão é compreensível. Em 2004 alguns discentes tiveram a brilhante idéia de realizar uma matéria para televisão em um dos bairros mais perigosos de Londrina. Acharam-se blindados pela carteirinha com inscrições de “Universidade Estadual de Londrina – Comunicação Social” – que na verdade só serve para comer no RU mesmo. Acharam que o “social”ou o nobre gesto de mostrar, com um documentário, o lado ralo do asfalto preveni-los-ia de atitudes criminosas. Risonho equívoco! Segundo eles, foram roubados e todos os equipamentos emprestados se perderam para sempre.
Agora demoraram quatro anos para vetar e quem foi responsável pelo episódio nem mesmo está mais na instituição. Os reais prejudicados, em curto prazo, são os alunos dos terceiros e quartos anos, que têm suas atividades curriculares baseadas no telejornalismo. Não se pode dizer que os demais alunos também não serão defasados. Os calouros teriam que usar máquinas fotográficas no segundo semestre e o segundo ano precisará semanalmente de gravadores para suas atividades de radiojornalismo.
Outro fato, não me recordo a data, mas que endossou a medida foi o caso do grupo de alunos que perdeu, em um bar conhecido da cidade, os materiais da universidade. Alguns dizem que também foram roubados, outros dizem que foram irresponsavelmente deixados sobre uma mesa, assim facilitando um furto. A questão é que quem deveria sofrer, pagar – sei lá como, até mesmo com serviços prestados à uel – e se responsabilizar pelos acontecidos seriam os alunos que, por ideologia ou pura inocência, deixaram levar o patrimônio de todos.
O protesto
Acho que a organização falhou nesse importante ponto. Claro, é difícil mobilizar as massas, ainda mais quando o número de estudantes do curso é limitado e não existiu uma grande ação de marketing e mídia, como ocorre hoje em dia nos grandes protestos. Porém, as medidas, o próprio itinerário e as palavras de ordem poderiam ter sido melhor escolhidas previamente. O que se viu foi um pouco de desordem e desorganização, o que torna a mobilização mais fraca. Já sei, vão me perguntar “Por que você não assumiu o protesto então?” respondo que também não teria capacidade para tal, apenas estou descrevendo e tentando ajudar para que os resultados sejam maximizados.
Enquanto a maioria da alcatéia faminta por justiça caminhava e gritava, eu preferi caminhar e pensar – além de fazer umas piadinhas e comer pipoca – sobre o que estava sendo feito. O interessante foi a adesão de alunos de história, totalmente alheios aos motivos e causas, mas, inquietos pelo barulho - que para ouvidos mais conservadores poderiam ser interpretados como baderna – prontamente seguiram sua natureza e até mesmo cederam materiais sofisticadíssimos de produção acústica ( duas latas velhas e amassadas).
Téti a Téti com o reitor
Após rodar pelo campus, finalmente chegamos ao esconderijo sombrio do nosso arqui-rival, o Magnífico Reitor Wilmar Marçal. Gritaram até que a autoridade saísse de sua gruta e então se calaram. Hora de falar sério, cobrar respostas e apresentar soluções. Como uma cobra criada, o mandatário máximo da instituição usou de sua política da fala mansa e ao mesmo tempo rápida, de suas palavras adocicadas e azedas, e conseguiu passar seus lábios de mel nas orelhas doces e imaculadas dos protestantes. Prometeu mundos e fundos, até mesmo uma reunião nas próximas semanas. O desfecho não sei como será, se dos filmes trágicos europeus ou dos finais americanos cativantes e felizes, mas o que se sabe é que o enredo, até agora, é digno das melhores pornochanchadas tupiniquins. A única certeza é que o final dessa trama demorará para ser produzido.
quinta-feira, 15 de maio de 2008
MSN
Sempre odiei o que a maioria das pessoas fazem com os seus MSN's. Não estou falando desta vez dos emoticons insuportáveis que transformaram a leitura em um jogo de decodificação, mas as declarações de amor, saudades, empolgação traduzidas através do nick. O espaço 'nome' foi criado pela Microsoft para que você digite O NOME que lhe foi dado no batismo. Assim seus amigos aparecem de forma ordenada e você não tem que ficar clicando em cima dos mesmos pra descobrir que 'Vendo Abadá do Chiclete e Ivete' é na verdade Tiago Carvalho, ou 'Ainda te amo Pedro Henrique' é o MSN de Marcela Cordeiro. Mas a melhor parte da brincadeira é que normalmente o nick diz muito sobre o estado de espírito e perfil da pessoa. Portanto, toda vez que você encontrar um nick desses por aí, pare para analisar que você já saberá tudo sobre a pessoa... 'A-M-I-G-A-S o fim de semana foi perfeito!!!' acabou de entrar. Essa com certeza, assim como as amigas piriguetes (perigosas), terminou o namoro e está encalhadona. Uma semana antes estava com o nick 'O fim de semana promete'. Quer mostrar pro ex e pros peguetes (perigosos) que tem vida própria, mas a única coisa que fez no fim de semana foi encher o rabo de Balalaika, Baikal e Velho Barreiro e beijar umas bocas repetidas. O pior é que você conhece o casal e está no meio desse 'tiroteio', já que o ex dela é também conhecido seu, entra com o nick 'Hoje tem mais balada!', tentando impressionar seus amigos e amigas e as novas presas de sua mira, de que sua vida está mais do que movimentada, além de tentar fazer raiva na ex. 'Polly em NY' acabou de entrar. Essa com certeza quer que todos saibam que ela está em uma viagem bacana. Tanto que em breve colocará uma foto da 5ª Avenida no Orkut com a legenda 'Eu em Nova York'. Por que ninguém bota no Orkut foto de uma viagem feita a Praia-Grande - SP ? 'Quando Deus te desenhou ele tava namorando' acabou de entrar. Essa pessoa provavelmente não tem nenhuma criatividade, gosto musical e interesse por cultura. Só ouve o que está na moda e mais tocada nas paradas de sucesso. Normalmente coloca trechos como 'Diga que valeuuu' ou 'O Asa Arreia' na época do carnaval. Por que a vida faz isso comigo?' acabou de entrar. Quando essa pessoa entrar bloqueie imediatamente. Está depressiva porque tomou um pé na bunda e irá te chamar pra ficar falando sobre o ex. ' Maria Paula ocupada prá c** ' acabou de entrar. Se está ocupada prá c**, por que entrou cara-pálida? Sempre que vir uma pessoa dessas entrar, puxe papo só pra resenhar; ela não vai resistir à janelinha azul piscando na telinha e vai mandar o trabalho pro espaço. Com certeza. 'Paulão, quero você acima de tudo' acabou de entrar. Se ama compre um apartamento e vá morar com ele. Uma dica: Mulher adora disputar com as amigas. Quanto mais você mostrar que o tal do Paulão é tudo de bom, maiores são as chances de você ter o olho furado pelas sua amigas piriguetes (perigosas). 'Marizinha no banho' acabou de entrar. Essa não consegue mais desgrudar do MSN. Até quando vai beber água troca seu nick para 'Marizinha bebendo água'. Ganhou do pai um laptop pra usar enquanto estiver no banheiro, mas nunca tem coragem de colocar o nick 'Marizinha matriculando o moleque na natação'. ' < . ººº< . ººº< / @ e $ $ ! - @ >ªªª . >ªªª >' acabou de entrar. Essa aí acha que seu nome é o Código da Vinci pronto a ser decodificado. Cuidado ao conversar: ela pode dizer 'q vc eh mtu déixxx, q gosta di vc mtuXXX, ti mandá um bjuXX'. 'Galinha que persegue pato morre afogada' acabou de entrar. Essa ai tomou um zig e está doida pra dar uma coça na piriguete que tá dando em cima do seu ex. Quando está de bem com a vida, costuma usar outros nicks-provérbios de Dalai Lama, Lair de Souza e cia. 'VENDO ingressos para a Chopada, Camarote Vivo Festival de Verão, ABADÁ DO EVA, Bonfim Light, bate-volta da vaquejada de Serrinha e LP' acabou de entrar. Essa pessoa está desesperada pra ganhar um dinheiro extra e acha que a janelinha de 200 x 115 pixels que sobe no meu computador é espaço publicitário. 'Me pegue pelos cabelos, sinta meu cheiro, me jogue pelo ar, me leve pro seu banheiro...' acabou de entrar. Sempre usa um provérbio, trecho de música ou nick sedutores. Adora usar trechos de funk ou pagode com duplo sentido. Está há 6 meses sem dar um tapa na macaca e está doida prá arrumar alguém pra fazer o servicinho. 'Danny Bananinha' acabou de entrar. Quer de qualquer jeito emplacar um apelido para si própria, mas todos insistem em lhe chamar de Melecão, sua alcunha de escola. Adora se comparar a celebridades gostosas, botar fotos tiradas por si mesma no espelho com os peitos saindo da blusa rosa. Quer ser famosa. Mas não chegará nem a figurante do Linha Direta. Bom é isso, se quiserem escrever alguma mensagem, declaração ou qualquer coisa do tipo, tem o campo certo em opções 'digitem uma mensagem pessoal para que seus contatos a vejam' ou melhor, fica bem embaixo do campo do nome!! Vamos facilitar!!!!
Arnaldo Jabor
segunda-feira, 12 de maio de 2008
A luta contra a desumanização da área de saúde
O projeto Sensibilizart, que envolve hoje os cursos de medicina, enermagem e fisioterapia, organizou a 1ª Jornada de Humanização da Saúde. Entre os palestrantes estava o vice- presidente da Associação Brasileira de Medicina e Arte (ABMA) Paulo Barreto Campello, graduado e especializado em clínica geral e em pneumologia pela Faculdade de Ciências Médicas de Pernambuco. Campello foi um dos colaboradores na criação desse projeto que visa melhorar a relação entre o profissional e o paciente por meio da arte. Entre as atividades executadas pelos alunos dentro do Hospital Universitário, da Universidade Estadual de Londrina (UEL), estão o artesanato, a música, o palhaço e a narração de histórias.
O professor Campello defende a luta contra a desumanização na área de saúde. Para ele, desde a espera de três meses para a realização de um exame no Sistema Único de Saúde (SUS), até a rapidez em uma consulta, na qual o médico avalia apenas a reação do corpo em relação à doença e não se interessa em saber o que representa aquele ser humano, são atitudes desumanas. “Eu digo sempre que está existindo uma obesidade tecnológica e uma desnutrição humanística”, afirma o médico. Ele contesta a inversão de valores em uma sociedade que passou a valorizar mais a tecnologia que o lado humano. Para combater isso, ele se utiliza da arte, tanto a arte plástica quanto a fotografia, a música, o teatro e a palhaçoterapia – popularizada por Patch Adams e pelos Doutores da Alegria.
A alternativa encontrada por ele para resgatar essa humanização também tem função terapêutica. O seu programa “Arte na Medicina às vezes cura, de vez em quando alivia, mas sempre consola”, na verdade, reuni 12 projetos e o foco é fazer com que a pessoa expresse seus sentimentos por meio da arte. Um deles, por exemplo, chamado “Arte na Cabeça” incentiva as manifestações artísticas de pacientes psicóticos ou usuários de drogas por meio do maracatu, da capoeira, da dança e da fotografia. “Não é simplesmente ensinar a fazer a arte, mas saber que naquela arte, ele está liberando sofrimento, aflições, angústias”, explica.
Outro projeto, chamado “Humanização da Saúde pela Linguagem”, atinge diretamente a comunidade e pretende educar com um vocabulário mais próximo da sua realidade. “Foi dado esse nome porque é desumano você divulgar dados da área de saúde através dessa linguagem tecnicista”, afirma Campello. Ele explica que por meio da grafitagem, da literatura de cordel – típica de Pernanbuco-, dos jingles e dos cartoons o povo adquire consciência dos males e da prevenção. Os voluntários grafitam os muros, os parques e as estações de metrô de Recife com temas como a prevenção do câncer de mama, da dengue, da febre amarela, além de textos antitabagistas e sobre saúde bucal.
A música é vista por Campello como uma grande aliada. Ele a utiliza em projetos, como o “Som da Vida”, no qual a gestante ouve música quando chega à maternidade, enquanto espera pelo parto e escolhe a canção que quer ouvir durante o parto, para celebrar o nascimento. A música tem o poder de estimular a mulher, que vai liberar endorfina e conseqüentemente terá um parto melhor. A criança assim que vai para o berçário também escuta canções de Mozart, de acordo com o médico, trabalhos mostram que a música no interior do cérebro melhora a sucção e o bebê fica mais tranqüilo e dorme melhor.
Os alunos de medicina têm o incentivo ao lado mais humano incluso no seu currículo escolar por outro projeto. Campello ensina aos futuros profissionais noções de arte e como usá-la. “A arte como ponte psicossomática, que seria o corpo liberando as emoções”, defende o professor. Assim como, no projeto “Oficina de Conto de Fadas”, histórias são contadas às crianças e a criação de contos por elas são estimuladas. Esses contos representam o seu interior e todas as histórias são publicadas em formato de livro, a 6ª edição está para ser lançada.
O professor Campello trouxe com ele, para participar da jornada promovida pelo curso de medicina, a arterapeuta Auxiliadora do Santo. Ela, integrante da ABMA, comandou uma oficina que teve como objetivo a conexão entre o corpo e a mente. Para ela, a arterapia envolve a arte, o ato criativo com a saúde mental e com o equilíbrio emocional. Tanto Auxiliadora do Santo quanto Campello focam seu trabalho na associação entre arte e saúde, sempre com ênfase no ser humano.
domingo, 11 de maio de 2008
Privacidade X Celebridades
Estou sem tempo pra postar textos de minha autoria ( e os últimos que fiz para entregar em sala não estão do meu agrado). Portanto, aqui vai um artigo de um site bem legal chamado Jornal de Debates que, como já diz o nome, coloca em questão situações cotidianas para refletirmos.
aqui vai um pequeno artigo discutindo a privacidade.
seria legal dar uma lida e colocar a opinião de vocês nos comentáriooos!!
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"O jogador Ronaldo “Fenômeno” se envolveu em uma confusão na madrugada desta segunda-feira (28/04), no Rio de Janeiro, com o travesti André Luis Ribeiro Albertino. Ele acusa o jogador de não ter pago por um suposto programa feito em um motel, na Barra da Tijuca. André chamou a polícia para denunciar o suposto calote, mas Ronaldo alegou que foi vítima de tentativa de extorsão, pois teria dispensado o trabalho assim que constatou que André era travesti. O caso foi notícia nos jornais do mundo todo, como se Ronaldo fosse o único a utilizar serviços deste tipo. Após a repercussão do caso na mídia, a noiva o abandonou e o seu patrocinador oficial ameaçou romper o contrato vitalício, alegando que a conduta de Ronaldo “Fenômeno” prejudicaria a imagem da marca. Na sua opinião, uma figura pública, como Ronaldo “Fenômeno”, tem direito à privacidade?"
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Aí o caso do Ronaldo é uma mera ilustração. Podemos pensar nas fotos publicadas do Lula consumindo caipirinhas, da Cica na praia, da top Kate Moss usando drogas, das filhas do Bush - na época menores de idade - consumindo álcool , e de inúmeras traições descobertas por fotos de paparazzis, entre outos casos.
Afinal, até onde vai o limite 'pessoa pública X privacidade' ?
sábado, 10 de maio de 2008
Nem 5 minutos
Processo administrativo das bancas de jornal
Desde a iniciativa de se abrir tal tipo de comércio até a concorrência com a Internet
Certamente, ao nos deslocarmos para o local onde trabalhamos, estudamos ou aproveitamos nossos momentos de lazer, não deixamos de passar em frente a uma banca de jornal, assim como também é quase inevitável que nunca tenhamos entrado em uma, seja durante a nossa infância, à procura de histórias em quadrinhos ou álbuns de figurinhas, seja na vida adulta, tendo em vista revistas especializadas ou jornais diários. O funcionamento de tal tipo de estabelecimento, onipresente nas cidade do nosso país, embora seja muito simples, talvez não chegue a incitar a curiosidade de muitos de seus freqüentadores, que sequer imaginam o processo de sua administração.
A partir do momento que se decide abrir uma banca, é necessária a ida à Prefeitura do município para se obter a permissão para a instalação do empreendimento no local escolhido e o alvará de funcionamento, que deve ser renovado anualmente. O proprietário ainda deverá pagar duas formas de impostos para a Prefeitura, o anual IPTU - Imposto Predial e Territorial Urbano – e a mensal taxa de localização. Além disso há o aluguel do espaço, que tanto pode ser pago a pessoas da iniciativa privada, caso a banca se localize junto a prédios residenciais ou estabelecimentos comerciais, quanto à Prefeitura, caso se encontre em locais de propriedade pública, como praças e calçadões. Há ainda a necessidade da compra da estrutura onde serão dispostas as mercadorias, custando uma com 15m² a quantia aproximada de R$ 40.000,00. Já tais estruturas, se localizadas em áreas públicas, são de propriedade do município.
Os títulos disponibilizados são determinados pelas distribuidoras, que fazem a seleção dos mesmos de acordo com o tamanho e localização do empreendimento, sendo permitidas pequenas modificações nessa lista. A grande procura por determinado produto implica em um fornecimento maior do mesmo na edição seguinte, ao passo que a baixa demanda implica em uma progressiva redução, até sua interrupção. Todos os preços são tabelados e o proprietário, praticamente todos os dias, desloca-se rumo as distribuidoras, para receber os materiais novos e devolver aqueles que não foram vendidos. Das distribuidoras esse material é enviado às editoras, onde é armazenado certo número de edições para o eventual pedido de números atrasados. sendo o restante destinado à reciclagem. No que diz respeito ao contínuo aumento no preço das revistas na última década Claudio Sposito, dono da Banca Pernambuco explica: " O distribuidor alega que é o aumento do preço do papel que determina essas altas".
Devido ao crescimento da utilização da Internet como meio de obtenção de informações, os proprietários afirmam que houve uma nítida queda em suas vendas de cerca de 30%. "Antes os estudantes colecionavam revistas, agora não fazem mais isso", afirma Akio Matsushita, há mais de 30 anos administrando a Banca Akio. Porém ainda restam muitos daqueles que prezam pelo prazer de freqüentar as bancas e adquirir seus produtos: "Nada substitui o prazer de ler uma revista ou um jornal", lembra Carlos Alberto de Souza Pinto, da Banca Rodeio.
sexta-feira, 9 de maio de 2008
Un poème amateur
Sozinha à noite,
em sonhos eu ouço
uma voz marcante
não sei de quem é
Ela me atormenta
inquieta a mente
e ao mesmo tempo
me faz sentir bem
Olho pelas ruas
procuro respostas
mas nada corresponde
ao que eu ouço dizer
Mas logo eu descubro
prestando atenção
que a voz que escuto
vem de meu coração
You will never walk alone

29 de Março do ano de 2008 da era do nosso senhor Jesus Cristo. É nessa data que se iniciou um dos maiores circos do jornalismo brasileiro. O motivo? A morte covarde, estúpida - e receptiva a toda a sorte de adjetivos que circulem na festa do cruel e do macabro – de uma inocente menina de seis anos. Claro, um crime que mexeu sim, no fundo – do poço - moral da sociedade brasileira. Os motivos que tornam esse caso tão vendável para a mídia todos aqui sabem de cor e salteado. Não preciso explicar.
O ponto é que, na ausência de fatos novos realmente interessantes, na incapacidade de se analisar o crime de diferentes perspectivas e na falta de seriedade de alguns meios, o que se vê é um jornalismo sensacionalista maquiado de sério e objetivo. Isso mesmo. Da grandiosa e circunspecta rede Globo ao jornalzinho da quermesse. Ninguém escapa.
Enquanto se faz o público de palhaço, ensinando e ditando a todos que o fato mais importante do último mês foi esse crime, que os acontecimentos mais marcantes das últimas semanas foram as indas e vindas do casal suspeito, sempre no eixo cadeia-casa-casa-cadeia, que a declaração da semana foi a do pai de Alexandre Nardoni, que bradou à quatro ventos que o filho e a nora são inocentes. Ora, o país do blábláblá parou para acompanhar o que a mídia definiu como importante.
Não me venham defender que tragédia vende mesmo, e que não há nada que não se possa fazer para tentar escapar à visão mercantilista do jornalismo. Isso é mentira. O que nós, jornalistas, colocarmos no ar ou no papel as pessoas vão engolir, de uma forma ou de outra. Enquanto isso, Ali Lulá e os quarenta (devem ser uns 400) ladrões fazem a farra do boi. Durante esse espetáculo de polícia, CSI e direito, Dilma Rousseff continua por aí, boazinha que só ela; crianças – tão inocentes quanto Isabella – continuam morrendo estupidamente de norte a sul do nosso honroso país graças a políticos que se esbaldam, como infantes na fábrica de doces, com o dinheiro público.
Tá, todo mundo sabe disso tudo, eu sei. Mas acho que estamos começando a nos esquecer. O que é mais importante no mundo, para o jornalismo verdadeiro, não é Nardonis, Lulas, Dilmas, Bushs ou qualquer outra figurinha dessas. E sim a capacidade de parar, pensar e rever o que se está sendo feito. Estamos formando, informando, enganando, manipulando, esvaziando, ou deformando a sociedade? Estamos dando origem aos mitos da atualidade, somos os responsáveis pela criação dos inimigos públicos número um, somos os idealizadores das falsas comoções da sociedade? Claro.
quinta-feira, 8 de maio de 2008
Um desabafo e um ultimato
...
Ou melhor, reclamem sim, se indignem (existe? O Mozilla não sublinhou pelo menos...)! Onde está a capacidade crítica de vocês? Cadê o senso de coletividade? É muito lindo chegar na aula do Ayoub e resmungar sobre a desunião da classe, e muito fácil também. Mas, e aí? Ninguém nem posta no blog da sala, gente! É muito difícil dar ctrl+c e crtl+v e compartilhar o seu último texto? Arranca pedaço ler o texto dos outros e deixar algum comentário?
Pode me chamar de chata, eu tenho certeza que 80% do mundo vai concordar com você. Só que eu sempre achei que a nossa turma era tão... os outros 20%, sabe? Sempre achei que nós eramos menos egoístas que a média, que jornalismo significava abnegação. Eu sei, eu sei, acaba entrando naquele velho problema da idealização da profissão (que, aliás, já foi discutido pela minha pessoa aqui), mas, eu não sei se alguém aqui já se sentiu frustrado por se empolgar muito com alguma coisa e não ver esse entusiasmo refletido nas outras pessoas envolvidas...
Não é por poder fazer pouco que não se deve fazer nada, não é por medo de parecer idiota que se deve ficar calado. Do jeito que as coisas estão, fica até feio pra nossa sala... Só estamos mostrando a nossa falta de capacidade em levar projetos adiante. Eu sei que o Bola e a Flávia consomem o nosso tempo, e o que sobra tem de ser distribuído entre as outras matérias e o resto da nossa vida, mas eu tenho certeza que todo mundo tem um tempinho livre na internet.
Se continuar assim e ninguém postar, ao invés de transformar o blog da sala num blog pessoal, vou tomar a iniciativa de entrar como jornal1000 e apagar isso aqui. Não vai ficar nenhuma lembrança do nosso fracasso (porque, estou aprendendo a duras custas, num grupo é assim: os pouquíssimos que trabalham respondem igualmente pelo fracasso do grupo inteiro, que não se importa). E poderemos, então, nos dedicar a coisas infinitamente mais importantes. Sem deixar marca nenhuma.
Passem bem.
sexta-feira, 2 de maio de 2008
Atualização
Ser jornalista hoje...
Sem beijo pra ninguém que isso é coisa de gente sem-vergonha.
Sobre fazer jornalismo:
um novo caminho é possível?
Diversos aspectos devem ser considerados para que se responda a essa questão. Ela provavelmente terá respostas diferentes aqui no Brasil e nos Estados Unidos, por exemplo. Acompanhando a desigualdade social e as diferenças culturais, em nosso país pode ser admissível que o jornalista assuma para si a incumbência de, além de informar, educar. Essa é, teoricamente, uma função do Estado, e não de jornalistas. Porém, considerando o contexto social do país, os meios de comunicação de massa podem constituir um auxílio válido a um sistema governamental que não prioriza a educação. E não é pela impossibilidade de fazer uma revolução que o jornalista (ou qualquer cidadão) deve se omitir de realizar o que está ao seu alcance para melhorar o mundo em que vivemos.
Outra polêmica que merece especial atenção é sobre o que caracterizaria a censura, o ataque à liberdade de imprensa. Afinal, a alegação de censura é a reação imediata de alguns jornalistas quando vêem seu trabalho criticado. O que pode ser definido como publicável? Deve-se sempre tentar atender aos anseios do leitor/espectador? A resposta padrão, nesse caso, oscila entre “agradar o leitor a qualquer custo” ou “usar de bom-senso”. Claro que agradar o leitor a qualquer preço não se mostra sempre uma boa alternativa; basta tomar como exemplo o recente caso da morte de Isabela Nardoni, que assumiu dimensões absurdas. Por outro lado, ‘bom-senso’ não é um conceito universal, e sua interpretação é bastante subjetiva. Parece que chegamos a um impasse.
A lei assegura a liberdade de imprensa. Mas, o fato de que qualquer coisa possa ser publicada não significa necessariamente que um determinado fato o será. Muitas vezes, a escolha pela publicação ou não independe do interesse público pelo acontecido, o que, no fim das contas, para os jornalistas, é outro conceito abstrato. Sabemos nós realmente qual é o interesse do público? Pode-se alegar que as vendas sejam um bom indicativo, mas, como saber se os mesmos leitores não comprariam produtos diferentes se lhes fosse oferecido?
Daí depreende-se ainda outro desafio desta profissão instigante: como fugir da “matéria pronta da pauta pronta”, para usar as palavras de Mauricio Menezes? Não se trata apenas de capturar o interesse de um consumidor de notícias desatento, mas de lhe oferecer uma alternativa, um novo ângulo para uma cena conhecida, para que ele possa vislumbrar uma percepção de mundo diferente. É muito fácil receber prontas as notícias preparadas por alguém e repassá-las. Não é nem necessário ser jornalista para fazê-lo. Conformar-se com isso é fazer um pacto com a mediocridade, e desacreditar ainda mais o trabalho que tanto amamos realizar.
Talvez estes problemas sejam inexistentes, irrelevantes ou passem desapercebidos na prática diária de jornalismo. Pode ser que todas as questões aqui levantadas sejam abstratas demais, e estejam afogadas sob a enxurrada de fatos que, ansiosos por virarem notícias, invadem as redações diariamente, cada vez com maior fúria e em maior quantidade. Quiçá, então, nosso único termômetro possível seja o momento antes de dormir: só ali saberemos, com certeza, se nos orgulhamos das pessoas que somos e do papel que representamos ao longo do dia.