O clima na Instituição é de “salve-se quem puder”. Dos dezoito vereadores que iniciaram o último ano de mandato desta gestão, pelo menos seis estrelam as manchetes com alguma denúncia de negligência pública. Destes, dois renunciaram para não serem cassados e perderem os direitos políticos. Entre as estrelas de última grandeza, estão: Henrique Barros, Orlando Bonilha, Renato Araújo, Osvaldo Bergamim, Paulo Arildo e Sidney Souza. E o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do outro lado, realçando o brilho.
As acusações estão freqüentes e concussão está na moda. Laranjas “abrilhantam” os noticiários, assessores são questionados e o “BBB” do Gaeco veio à tona. Pela primeira vez, em muito tempo, questionou-se o Código de Ética que rege o local de trabalho dos vereadores. Informações se invertem e “vazam”! O que deveria ser de conhecimento público vira especulação, já que ainda são projetos, não leis: tudo caminha e a eleição é em outubro!
As línguas (boas, más e todas as outras, se é que existem) dizem (e segundo as últimas notícias, provam) que Barros recebeu alta quantia em alguns acordos “lobbísticos”, que Bonilha encabeça a lista Caldarelli, que Araújo e Bergamim junto com estes outros formam uma quadrilha, que Souza comprou votos e que Arildo lucrava parte do salário de seus assessores parlamentares. E em outubro tem eleição.
Todos os dias, em vários veículos jornalísticos, as notícias são sempre as mesmas. E não existe a possibilidade de variação da pauta! Se um destes vereadores, realmente, foi coagido: ainda restam cinco diretamente citados. O que não melhora a situação. Se essas informações chegam ao público ainda como especulações, isso é bom! Os nossos eleitos estão fazendo o seu papel, organizando a casa.
Agora, se essas informações “vazam” é porque o problema é mais embaixo! Algo que vaza, é indesejado, está com problemas... A questão é a seguinte: a comunidade tem o direito de saber o que acontece na Câmara de Vereadores, logo, as informações precisam ser repassadas. Se, os jornalistas detêm a informação, os jornalistas têm, por dever, apresentá-las. Como existe a Lei de Responsabilidade Fiscal para controle dos gastos, as ações devem ser públicas para o futuro controle. Não que o jornalista tenha essa obrigação, o fardo do controle público, mas a sociedade como um todo.
No livro “Mídia, educação e cidadania”, Paulinho Guareschi e Osvaldo Biz dizem no capítulo “O impacto da mídia nas sociedades modernas” que os meios de comunicação são indiretamente responsáveis pela escolha dos políticos. E os que estiverem mais na mídia, serão mais públicos, o que facilita as eleições. Se a mídia escolhe, ela dirige, então, deve controlar. Ainda que qualquer pessoa tenha o direito às informações administrativas do município (neste caso), provavelmente, não a receberão facilmente.
Tudo na Instituição do Poder Legislativo londrinense está sob investigações. Nada ainda é concreto. Mas o barulho já é bem grande. (E em outubro tem eleição) Que as Comissões Processantes não caíam no marasmo e acabem em pizza. Recentemente, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) propuseram o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE). O que, determinaria a proibição da candidatura de pessoas com antecedentes criminais. Se isso pegar, o cenário político, em Londrina, ficará bem restrito.
A política londrinense está composta de uma sucessão de escândalos. Ainda que o ápice tenha sido a cassação de Belinati, o “rouba, mas faz” está firme e forte, e em outubro tem eleição. A crise permanece quase dez anos depois. Tudo contribui para que a população acredite menos em seus candidatos. Recentemente, vereadores foram às rádios londrinenses e falaram sobre a questão eleitoral. E da consciência de que muitos dos que estão no poder hoje, não serão reeleitos.
Belinati, Barros, Bonilha, Janene esse é o início da escala. Que não se sabe ao certo se ela decresce ou aumenta. E com certeza estes não são os únicos. Renovação, cassação, tudo virá à tona! “O sistema tá bruto”. O Gaeco tem muito serviço, os jornalistas falam da censura, mas, ainda que não saibamos em quem votar, em outubro tem eleição.

